Têm se multiplicado os atos de resistência dos iraquianos contra a ocupação. A resposta do exército dos EUA tem sido repressão: chegaram a disparar sobre uma manifestação em Bagdá contra o desemprego, causando dois mortos.

No interior do país, a operação destinada a acabar com os “bolsões de resistência” já contabiliza mais de 80 mortos. Um verdadeiro regime de terror está sendo forjado pelo exército de ocupação – casas invadidas, pessoas seqüestradas, etc -, com o objetivo de deter a crescente onda de manifestações e ataques às tropas dos EUA.

Um roubo descarado

Enquanto o exército norte-americano segue impondo ao povo iraquiano uma ditadura pior que a de Saddam, o vice-presidente dos EUA declarou que a desculpa das armas de “destruição massiva” não passou de uma “manobra burocrática”.

Tamanho ato de arrogância imperialista contou com o silêncio cúmplice de todos os Estados do mundo, em particular dos europeus. Ao verificarmos como está sendo repartido o petróleo do Iraque, fica claro o preço deste silêncio.

O primeiro botim de guerra foi dividido entre a espanhola Repsol, a turca Tupras, a Italiana ENI e, para espanto de alguns, a francesa Totalfina. Claro, a Chevron Texaco também levou sua parte.

Impossibilitados de conformar um “governo de transição” ou “testa-de-ferro”, composto por algum setor burguês que pudesse assumir a ocupação diante da população, acabaram por adiar a tal da conferência que o formaria.

Mas, o administrador colonial Paul Bremer já iniciou um “plano de reconversão” da economia iraquiana, com a privatização de 48 empresas estatais que empregam mais de 90 mil trabalhadores.

Fora os contratos iniciais entregues ao clã Bush, a “reconstrução” do sistema de telefonia celular foi entregue à empresa MCI, de propriedade da World Com, que recentemente deu um dos maiores calotes da história americana.

Nenhuma estabilidade à vista

O crescimento da luta contra a ocupação, as mobilizações estudantis no Irã contra a privatização das universidades e a resistência palestina ao mal chamado plano de “paz” de Bush indica que apesar da vitória militar no Iraque, os seus planos para o Oriente Médio enfrenta a resistência da população.

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