O caso da Alerj apenas expõe a ponta do iceberg do funcionamento das CPIs no Brasil. Em alguns momentos é correto exigir CPIs para investigar tal ou qual caso, mas é preciso identificar os limites dessa instituição. Criadas para apurar e investigar denúncias sobre fraudes e corrupção, as comissões acabam se transformando em usinas de chantagem e fonte da própria corrupção. Há denúncias de vários esquemas de cobranças de propinas e chantagens funcionando no Congresso Nacional.

O caso mais emblemático é a atual CPI do Banestado, que investiga as maracutaias do sistema financeiro. Nela, tanto os deputados governistas, como os da oposição burguesa, escondem informações para preservar empresários corruptos que financiam suas campanhas eleitorais. São por demais conhecidas as manobras do governo para impedir que o “caminhão de denúncias”, nas palavras do seu relator, José Mentor (PT-SP), atinja os figurões da República.

É preciso apurar as denúncias que atingem as podres instituições do Estado. Somente uma comissão formada por sindicatos, movimentos populares e entidades (OAB, ABI etc.) pode levar essas investigações com transparência. Todos os culpados devem ser punidos com prisão e confisco dos bens.
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