No 31 de julho, o relator da CPI das Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB-RO), divulgou que será criada uma sub-relatoria na comissão para investigar a participação do Executivo nas fraudes das ambulâncias, inclusive com a convocação dos ex-ministros e assessores do Ministério da Saúde. Essa sub-relatoria deve investigar também a atuação da máfia das sanguessugas nos ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia.

Apesar de ainda não ter sido definido quem serão os ministros e ex-ministros convocados, a questão já está causando polêmica. Os parlamentares do PSDB e do PFL propõem que somente os ex-ministros do governo Lula (Saraiva Felipe e Humberto Costa) sejam convocados a depor. Já os governistas também pedem a convocação de José Serra, então ministro na era FHC e atual candidato do PSDB ao governo de São Paulo. O próprio presidente da CPI, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que é contra a convocação de ex-ministros da Saúde para depor.

Cada lado quer desgastar mais o outro e, nessa disputa em pleno período pré-eleitoral, todos podem acabar enlameados. Isto porque o caso que está sendo investigado sobre o superfaturamento de ambulâncias envolve muito mais parlamentares do que o escândalo do mensalão, que veio à tona em 2005, e envolve governistas e parlamentares da oposição de direita, além de prefeitos e membros do executivo.

O sub-relator de sistematização e controle da CPI das Sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), apresentou o relatório parcial neste 1º de agosto. Segundo o documento, há provas materiais do envolvimento de 75 parlamentares investigados. Deste total, há evidências documentais contra 54 parlamentares e evidências testemunhais sobre o pagamento em espécie contra 21 parlamentares. Sobre os outros 15 parlamentares, não há provas contra eles. Além dos parlamentares, há 25 ex-parlamentares acusados de envolvimento no esquema.

Apesar da determinação de criar a sub-relatoria para investigar o Executivo e da divulgação do relatório parcial, a CPI encontra dificuldades para prosseguir daqui pra frente, devido à ausência generalizada dos parlamentares em Brasília, causada pelo período eleitoral. Com o tamanho da lista de envolvidos neste escândalo, os parlamentares não querem chegar muito perto da lambança em plena eleição.