No RJ, até o dia 10/04, foram confirmados 2.464 casos de Covid-19 e 147 mortes. 101 mortes estão em investigação

PSTU-RJ

A população do Rio de Janeiro corre sério risco!

Os casos da Covid-19 estão aumentando rapidamente no país e já existem centenas de mortos pela doença. No Rio de Janeiro, temos milhares de infectados e dezenas mortos. O número de infectados pode ser ainda dez vezes maior que os dados oficiais, como admitiu o secretário estadual de Saúde . Como a maioria dos casos é subnotificada, por não haver testagem para todos, já há relatos de muitas pessoas sendo enterradas como caso suspeito no estado. O cemitério do Caju, maior do estado, já planeja triplicar a área destinada aos mortos pela Covid-19.

O governador Wilson Witzel (PSC) admite que a situação é grave, no entanto, suas ações são completamente insuficientes. Sua política não garantirá nossa sobrevivência.

Segundo autoridades do estado, a expectativa é que os casos de contaminação pelo vírus se multipliquem por 10 a cada sete dias. De acordo com estes cálculos, ainda em abril, podemos ter mais de 24.000 casos, sendo que destes 3,6 mil precisariam ser internados e 1,2 mil em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O problema é que a rede de saúde pública no estado já enfrentava uma crise extrema muito antes da Covid-19, com quase todos os seus leitos de UTI ocupados.

O cenário de catástrofe pode ser reduzido com medidas imediatas de uma ampla quarentena, garantidas pelo estado, mobilizando todos os recursos disponíveis para enfrentar a epidemia. Witzel erra também neste aspecto.

Apesar de ser um estado rico, que tem a previsão de receber mais de 14 bilhões em royalties de petróleo este ano, uma longa crise econômica e política se arrasta deixando a população pobre completamente exposta à epidemia. A política dos governadores do Rio tem sido a de atacar ainda mais as condições de vida da população, que vive em moradias precárias, sofre com desemprego crescente, não tem acesso à água, saneamento, saúde e alimentação regular e de qualidade. Um exemplo disto é a falência do sistema único de saúde no Rio de Janeiro. Esta situação é uma receita para uma catástrofe durante a crise do Covid-19 no estado.

A quarentena de Witzel protege os ricos e expõe os trabalhadores e os pobres

Witzel critica o presidente Jair Bolsonaro quando este propõe abertamente sacrificar as vidas humanas sugerindo que voltemos às ruas, mas não podemos esquecer que o governador se elegeu apoiando-se nas ideias autoritárias e conservadores de Bolsonaro. Além do mais, Witzel se postula hoje como candidato a presidência da república e se move na crise pelos cálculos políticos e eleitorais.

Quando Bolsonaro sinalizou o fim do isolamento social, o governador também admitiu esta possibilidade e já está afrouxando suas medidas ao promover a reabertura parcial do comércio e a livre circulação da população em 30 cidades do interior do estado.

Para garantir que a quarentena funcione, medidas emergenciais têm de ser executadas, pois milhões de trabalhadores já estão tendo suas rendas seriamente afetadas. As propostas de Witzel protegem aos mais ricos e expõem o trabalhador e os pobres a ruína econômica. O isolamento que ele promove atinge de maneira desigual os pobres e os ricos.

Apesar da crise econômica, o Rio de Janeiro segue tendo um importante parque industrial e petroquímico. Parte desta indústria será fundamental na produção de insumos e equipamentos para enfrentar a epidemia. Mas não é isto que vemos, muitas fábricas de produtos não essenciais continuam operando e sem medidas sanitárias adequadas. São locais de aglomerações onde os trabalhadores podem se contaminar e aos seus familiares.

Por outro lado, há muitos trabalhadores sendo demitidos no Rio, como é o caso do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), em que milhares foram colocados em férias coletivas e podem ser demitidos já em abril. A Elfe Engenharia, em Macaé, demitiu 300 operários de uma só vez. Em Búzios e São Pedro da Aldeia a prefeitura demitiu centenas de contratados. Witzel e Bolsonaro não se pronunciam sobre as demissões.

Os servidores públicos estão apreensivos com as declarações de Witzel, que tem colocado em dúvida o pagamento regular de seus salários e benefícios.

Os trabalhadores informais, que não recebem salários e muitas vezes não possuem reservas ou poupanças, já estão com suas rendas afetadas como efeito imediato do isolamento social. Bem como os pequenos comerciantes, que não conseguirão sequer manter seus aluguéis e compromissos.

As famílias que moram nas favelas e comunidades não tem condição alguma de ficarem confinadas por muito tempo. Muitas casas são pequenas, de poucos cômodos, mal ventiladas e habitadas por muitos familiares. Aproximadamente metade das residências está sem acesso à água potável regular e muitas sem sistema de saneamento efetivo, como a Rocinha, o Tabajaras e a Providência . São as condições perfeitas para a disseminação do vírus.

No desespero, uma parte da população teme, com razão, passar fome por causa da pandemia. O isolamento social e o caos econômico podem levar a falta de alguns produtos básicos nos supermercados. Muitos acabam comprando mais que o necessário e outros irão ficar sem dinheiro para garantir a compra de alimentos. Os saques podem ser tornar a única opção viável para população se alimentar. Bolsonaro já ameaçou colocar o exército nas ruas caso isto aconteça.

As escolas no Estado estão corretamente fechadas, porém a Secretaria de Educação tenta implantar a força o ensino a distância (EaD) sem nenhuma consulta a comunidade escolar, que agora preocupada em se organizar para garantir sua sobrevivência. O governo já ameaça aos servidores que não aderirem ao programa da forma como esta sendo imposto.

Por fim, um levantamento recente mostrou um aumento em 50% da violência doméstica como resultado do confinamento. A maior parte dos casos está relacionada às mulheres vítimas de violência . Isto sempre existiu e agora se torna um desafio ainda maior às mulheres em confinamento. O estado tem de anunciar medidas urgentes para responder a este problema.

A saúde pública do Rio já está em colapso!

Cerca de 5% dos doentes pelo novo coronavírus desenvolvem sérias complicações nos pulmões que obrigam a serem internados em leitos de UTIs e usarem respiradores mecânicos por cinco dias em média. Uma parte maior dos doentes (15%) vai para os leitos de enfermaria. O problema é que o estado do Rio de Janeiro, assim como o Brasil inteiro, não tem estes leitos disponíveis. Segundo a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, 95% dos leitos de UTI para adultos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), 15mil  em todo o país, estão ocupados . O que acontecerá com estes doentes se os leitos necessários não forem construídos imediatamente?

No estado do Rio, até janeiro deste ano, o SUS contabilizava aproximadamente 1.700 leitos de UTIs. Na rede privada existem mais que o dobro deste tipo leito (quase 4 mil), no entanto, estão disponíveis para um número muito reduzido de pacientes/clientes. A ocupação de todos os leitos de UTI do estado (públicos e privados) beira a 70%, segundo levantamento recente do Ministério da Saúde . A questão é que os leitos públicos estão saturados, como é o caso do município do Rio, que possui quase 50% de todas as UTIs do estado, em que a ocupação é de 100%, conforme afirmou a Secretaria Municipal de Saúde.

Segundo dados do Conselho Federal de Medicina, a quantidade de leitos de UTIs no SUS do Rio de Janeiro está abaixo da média nacional (menos de 1 leito para cada 10 mil habitantes), enquanto que na rede privada são quase 9 leitos para cada 10 mil clientes, uma das maiores médias do país. Estes dados são um retrato da grande desigualdade social no estado e de como a epidemia afetará mais aos mais pobres, já que a grande maioria da população (75%) utiliza o SUS para se tratar. Nos locais com maior contaminação, como Wuhan (China), a demanda por UTIs chegou a 2,4 a cada 10 mil habitantes.

Dos 92 municípios fluminenses, 60% deles não possuem UTIs na rede pública e mais da metade destes (55%) simplesmente não tem vagas de UTI tanto no SUS quanto na rede privada. Municípios populosos como Belford Roxo, por exemplo, dispõe de apenas um leito de UTI, e que está na rede privada. Para onde serão levados os eventuais pacientes graves contaminados pela Covid-19 nestas regiões? Para as áreas metropolitanas que já estão sobrecarregadas?

A situação da falta de leitos, que já produz um caos na saúde do Rio, poderá levar a morte de centenas ou até milhares de pessoas sem tratamento. Os pacientes com outras doenças (ou acidentados) e os com a Covid-19, poderão ficar sem leitos de UTI. O estado anunciou a criação de 1.800 leitos em hospitais de campanha para enfrentar a pandemia, sendo 520 de UTIs. No entanto, isto é extremamente insuficiente segundo a projeção que seus próprios técnicos fazem. Cada leito de UTI custa aproximadamente 150 mil reais e o estado tem dinheiro para isto.

A desproporção dos respiradores mecânicos no estado é ainda mais absurda. São aparelhos fundamentais para manter a respiração nos casos graves. Do total existente, 6% (447) estão no SUS e 94% (6.832) estão concentrados na rede privada, segundo o DataSUS. A cidade do Rio tem apenas 130 respiradores.

Além do problema dos leitos, a população já sofre com os problemas crônicos do SUS, desde a falta de profissionais, que trabalham em péssimas condições e salários achatados, a falta de hospitais e unidades da rede primária, falta de medicamentos, EPI’s (equipamentos de segurança), infraestrutura etc. Esta situação é causada por uma política consciente de desmantelamento do SUS e de entregar a saúde pública ao capital privado, como é o caso das Organizações Sociais da Saúde (OS’s). Recentemente, Witzel exonerou a subsecretária de saúde por ela não ter concordado com a contratação de Organização Social para fazer a gestão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que antes era feita pelos bombeiros.

A situação da saúde pública no Rio poderá se tornar uma verdadeira catástrofe já que os casos estão subindo em alta velocidade e nenhum plano efetivo está sendo levado adiante.

A crise da Covid-19 mostra a falência do estado

Está claro que a crise atual está tomando esta dimensão não somente pela agressividade do vírus, mas por mostrar que o estado não tem capacidade alguma para garantir condições mínimas de uma vida digna para a população em uma situação “normal” e muito menos para enfrentar uma pandemia como esta.

O sistema desigual que empurra há décadas os mais pobres para morarem locais perigosos, sem infraestrutura, saneamento e moradias precárias cobrarão um alto preço durante a epidemia. A notícia de que a Covid-19 já deixou mortos nas favelas deixou todos em alerta máximo. A população destas regiões não tem como fazer quarentena nestas condições, muito menos os milhares moradores de rua da cidade do Rio de Janeiro (pelo menos 15 mil). Antes da crise, apenas 15% deles tinha acesso aos abrigos da prefeitura.

Existe atualmente um déficit habitacional é 220 mil moradias somente na cidade do Rio de Janeiro. Ao incluir domicílios inadequados, o número sobe para 419 mil casas. Em todo o estado, existem cerca 500 mil imóveis vazios com potencial de uso . Na cidade do Rio, são mais de cinco mil prédios abandonados, como na zona portuária, onde há centenas de prédios de alto padrão abandonados, hotéis vazios e apartamentos de grandes imobiliárias vazios.

O desemprego já era gravíssimo antes da crise, e tem batido recordes nos últimos anos. Mais de um milhão de trabalhadores estão sem emprego (taxa de 14,5%) no Rio de Janeiro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado tinha aproximadamente 40% de seus trabalhadores no mercado informal em 2019 (três milhões de trabalhadores) .

Se a quarentena, corretamente, faz com que as pessoas devam ficar em casa, a tendência é que a renda deste amplo setor desabe e o desemprego vá para as alturas. Bolsonaro anunciou o valor de R$ 600 para estes trabalhadores, e demora a pagar, forçando as famílias a saírem da quarentena em busca de sustento. Além do mais, perguntamos: quais as famílias conseguirão sobreviver dignamente com este dinheiro durante os meses da quarentena?

A situação da educação e da ciência no Rio também está no limite. Profissionais sem aumento há anos, escolas e universidades sucateadas, cientistas sem recursos e bolsas cortadas. Este quadro impede, por exemplo, que os diversos cientistas aí formados possam ser incorporados em projetos de pesquisa para elaboração de testes, insumos, máquinas ou possam atuar diretamente como trabalhadores especializados durante a crise. Ainda mais sem equipamentos de segurança.

A calamidade que vivemos é resultado da decisão política dos sucessivos governantes em manterem fielmente seu compromisso com os patrões, investidores e credores. Somente em 2020, o estado tem a previsão pagar aos credores da divida pública com a União pelo menos R$ 6.5 bilhões entre juros e amortizações, segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2020 . E mais, somente em isenções de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aos grandes empresários, o estado pretende renunciar mais de R$7 bilhões este ano. Estão inclusos aí setores da indústria de insumos agropecuários, gás natural, joias, setor têxtil, automotor, farmacêutico, etc. Sabemos também que muitas destas isenções são feitas em negociatas com corruptos do estado, envolvendo inclusive os próprios governadores, como foi com Cabral e Pezão.

Witzel está negociando com Paulo Guedes a antecipação dos recursos (R$7 bilhões) do leilão de privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). Lembremos que privatizar a empresa foi a resposta de Witzel na crise da água no estado. Ele mantem ativo o criminoso Regime de Recuperação Fiscal, assinado por Pezão, que penaliza a população. Witzel não preserva a vida como ele diz, e sim os patrões, os grandes investidores e empresários do estado!

Um programa revolucionário para enfrentar a pandemia

1 – É preciso parar todo o estado do Rio de Janeiro. Quarentena total já!
As medidas sanitárias tomadas por Witzel e pelo prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) são completamente insuficientes. Todas as indústrias e o comércio devem estar paralisados, com exceção dos serviços essenciais. Apenas a indústria e a produção voltada para o combate à pandemia têm de seguir funcionando, com medidas sanitárias adequadas, e sob o controle dos trabalhadores e da população.

2 – Garantir as condições para quarentena!
Moradia
É preciso um plano de emergência para os moradores das favelas e comunidades, bem como para os milhares de moradores de rua. Não basta usar os estádios para abriga-los temporariamente. Todos os espaços vazios e desocupados da cidade e do estado devem ser confiscados para os que necessitam.

Alimentação
Garantir alimentos para população, especialmente aos mais pobres. É preciso assegurar imediatamente cestas básicas para todas as famílias cadastradas como necessitadas. Os preços dos produtos de primeira necessidade devem ser tabelados e sua venda controlada, pelos trabalhadores e a população.

Educação
Os profissionais da educação e alunos estão sofrendo duplamente com a pandemia. Por um lado, sofrem as mesmas consequências dos demais setores sociais em virtude do afastamento social, por outro, os alunos têm a possibilidade de perder um ano letivo inteiro.

Os educadores estão vendo seus direitos cortados. Os governos estão se aproveitando da pandemia para avançar no processo de precarização do ensino, demissões e aplicando reformas e medidas que serão difíceis de reverter.
É necessário que desde os trabalhadores da educação e das entidades do movimento estudantil se construa um plano nacional de emergência para a educação, que minimize as perdas das aulas dos estudantes e garanta os direitos dos educadores.

3 – Investimento maciço e imediato no SUS. A rede privada de saúde tem de estar serviço de toda população
Emergencialmente, propomos que todas as vagas da rede privada (3.767) sejam confiscadas e controladas pelo SUS, sem ônus para o estado e ou indenização aos hospitais privados. Caso os donos se recusem, estes hospitais devem ser estatizados imediatamente. Os respiradores também devem ser confiscados, redistribuídos e controlados pelos dos trabalhadores do SUS.

É preciso construir hospitais e leitos de UTI urgentemente, além da produção de insumos e respiradores que só será possível pela reconversão industrial. Somente com dinheiro que o estado gastará na dívida pública, poderia se construir mais de 30 mil leitos de UTIs! E mais outros 30 mil com as isenções bilionárias.

O estado deve garantir testes em massa para detectar a covid-19 para assim monitorar de verdade da epidemia e impedir que os casos assintomáticos ou leves espalhem mais ainda a doença.

Recontratação imediata de todos os funcionários da saúde demitidos e abertura de mais vagas. As contratações de Witzel são insuficientes.

Os trabalhadores da saúde têm sido reconhecidos, com razão, como verdadeiros heróis da luta contra o novo coronavírus. Centenas deles já morreram no mundo e milhares estão infectados. No Rio de Janeiro, pelo menos um médico morreu da doença. São os trabalhadores mais expostos à contaminação e as baixas deste setor vão influenciar diretamente no combate a doença. É necessário garantir EPIs a todos trabalhadores da saúde, testes e tratamento em caso de contaminação.

4 – Suspensão imediata de todas as tarifas, por uma política pública para os aluguéis
Suspensão imediata de impostos e tarifas que atingem a população trabalhadora, como água, luz, telefone, gás, internet até o fim da pandemia. Os pequenos comerciantes devem ter todas as suas dívidas com fornecedores, aluguéis e bancos suspensas também suspensas.

Os aluguéis pagos às grandes empresas imobiliárias devem ser suspensos pelo mesmo período, e os pequenos proprietários, que vivem de renda, devem receber o equivalente desta pelo estado.

5 – Garantir o emprego e a renda integral dos trabalhadores
Nenhum trabalhador pode ser demitido durante a pandemia! É um absurdo as empresas aproveitando deste momento para as demissões, redução dos salários e direitos em nome do combate à pandemia. Os que estão empregados e servidores devem receber seus salários integralmente, sem cortes. Os desempregados e os trabalhadores informais devem receber um auxílio até o final da pandemia.

6 – Reconversão da indústria
A indústria têxtil pode passar a fabricar máscaras, a de alimentos e bebidas a fabricar álcool em gel e outros insumos. A indústria automobilística pode fabricar e consertar respiradores como mesmo Donald Trump, nos EUA, fez com a GM.

Na UFRJ se anunciou a invenção de um respirador mais barato e que pode ser montado rapidamente. Iniciativas como estas podem salvar milhares de vida. As universidades e centros de pesquisa, como a Fiocruz que produz vacinas e equipamentos, devem receber todo suporte para atuarem na crise, com mecanismos se segurança para os cientistas e recursos plenos para bolsas e pesquisas.

7 – Que os ricos paguem a crise!
Muitos perguntam, e de onde tirar o dinheiro para realizar tais medidas? É preciso suspender imediatamente o pagamento dos juros da dívida pública bilionária com os bancos e investidores. E não somente adiar como Dória acordou com o STF.

Suspensão do Regime de Recuperação Fiscal e o pagamento de dividendos aos acionistas das grandes empresas do Rio. Suspender também as bilionárias isenções fiscais para os grandes empresários. Proibição da fuga de capitais e remessa de lucros das empresas localizadas no estado.

Sobretaxar os ricos, como a cobrança de um IPTU especial dos moradores das áreas nobres e das grandes mansões. É preciso instituir um imposto compulsório sobre as grandes fortunas para bancar todos os gastos com a saúde pública e o povo.

8 – Contra as opressões!
É preciso combater duramente a todas as formas de opressão, chamar uma vez mais a classe trabalhadora a enfrentar toda forma de machismo, racismo e LGBTfobia. É necessário garantir uma quarentena segura a estes setores.

No caso das mulheres, é preciso garantir um abrigo seguro a todas que solicitarem e com todas as condições para que elas e seus filhos e dependentes estejam seguros. Além disto, a punição aos que praticam o crime da violência doméstica deve ser agravada pelo fato de o fazerem em plena pandemia.

9 – Que os trabalhadores e a população controlem tudo!
É necessário que em cada área da economia, os trabalhadores e a população decidam o que e como as coisas devem funcionar. Algumas comunidades começaram a se organizar para enfrentar a pandemia, esta experiência tem que ser apoiada e desenvolvida. Desde a própria comunidade, é que se pode dizer quem necessita ir para alojamentos especiais, quem precisa receber primeiro as cestas básicas e organizar a logística dos alimentos, remédios e socorros para todos.

Não confiamos nem nos patrões nem no governo de Witzel para realizar estas medidas. Somente nós trabalhadores podemos realizar esta tarefa.

10 – Fora Bolsonaro, Mourão e Guedes. Que governem os trabalhadores e o povo pobre pelos conselhos populares
Nosso maior obstáculo para combater a pandemia é o governo de Jair Bolsonaro e Mourão. Com um discurso anti-ciência, sádico e grotesco, o atual presidente faz com que outros políticos ruins como ele pareçam pessoas preocupadas com a população, como tenta se projetar o oportunista Wilson Witzel. Devemos ficar alerta com Witzel, ex-aliado de Bolsonaro, que defende “mirar na cabecinha” dos pobres e negros de nosso estado. Nenhuma confiança de que ele irá responder a altura da crise.

A obsessão de Bolsonaro em salvar a economia – ou seja, o lucro dos grandes empresários – tem tornado ele em mais um fator de risco para a saúde da população. É preciso derrubar Bolsonaro, Mourão e sua turma já, sem vacilar, como alguns setores e figuras públicas do PSOL e do PT fazem. Mais do que nunca é preciso um governo dos operários e do povo pobre no poder.

11 – O capitalismo irá nos matar! Pelo fim do sistema capitalista!
A incansável exploração da classe trabalhadora, que tem gerado a miséria em uma ponta e a riqueza na outra, provoca a destruição avassaladora da natureza. Vimos isso tantas vezes em desastres recentes como os de Mariana, Brumadinho, a destruição do Rio Guandu e, agora, uma frequência de epidemias que podem matar milhões de humanos. Pandemia de AIDS, Ebola, SARS, gripe suína, gripe aviária, foram muitas as ameaças que a saúde global enfrentou em poucas décadas.

As agressões à natureza são responsáveis também pelo degelo das calotas polares, as queimadas desenfreadas da Amazônia, diminuição da biodiversidade etc.

O capitalismo ameaça a vida no planeta sob todos os pontos de vista. Desde as condições de vida da maioria da população, sem casas dignas, saneamento básico, escolas, com regimes políticos cada vez mais autoritários e assassinos, com fronteiras que impedem a livre circulação de pessoas, mas que permitem a livre circulação das mercadorias.

Não temos por que duvidar, o capitalismo irá levar a destruição de nossa espécie e a degradação do meio ambiente. Precisamos destruir o capitalismo e construir uma saída real para crise. É necessário construir um governo dos trabalhadores, auto-organizados em conselhos populares, com a economia controlada democraticamente e planificada em todo o mundo. É preciso construir o socialismo!

REFERÊNCIAS

1. <http://painel.saude.rj.gov.br/monitoramento/covid19.html> 

2. <https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/04/03/secretario-de-saude-admite-que-rj-deve-ter-10-vezes-mais-casos-de-coronavirus-mas-estima-estabilizacao-em-15-dias.ghtml>

3. <http://www.fazenda.rj.gov.br/sefaz/content/conn/UCMServer/uuid/dDocName%3aWCC42000007038>

4. <www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/03/no-rio-favelas-esperam-a-chegada-do-virus-sem-agua-e-com-aglomeracoes.shtml> 

5. <https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/03/23/casos-de-violencia-domestica-no-rj-crescem-50percent-durante-confinamento.ghtml>

6. <https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/15/brasil-precisa-aumentar-em-20percent-o-total-de-leitos-de-uti-para-adultos-no-sus-para-tratar-coronavirus-diz-entidade-medica.ghtml>

7. http://2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02>

8. <https://oglobo.globo.com/sociedade/coronavirus-servico/coronavirus-leitos-de-uti-tem-mais-de-70-de-ocupacao-em-17-estados-24337582> 

9. <https://ieps.org.br/wp-content/uploads/2020/03/IEPS-NT3.pdf> 

10. <https://oglobo.globo.com/rio/rio-recebe-75-mil-unidades-habitacionais-na-ultima-decada-pouco-menos-de-um-terco-do-deficit-de-220-mil-23640211>

11. <https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/11/19/desemprego-fica-estavel-no-rj-mas-ainda-atinge-cerca-de-13-milhao-de-pessoas-diz-ibge.ghtml>

12. <http://www.fazenda.rj.gov.br/sefaz/content/conn/UCMServer/uuid/dDocName%3aWCC42000007038>

13. <https://oglobo.globo.com/rio/nas-maos-da-uniao-witzel-faz-pacote-com-30-acoes-para-conseguir-27-bi-enfrentar-coronavirus-no-rio-24332422>