Marcha em San José

No dia 17 de novembro, milhares de costarriquenses de diferentes setores desfilaram por sua própria vontade pelas ruas da capital, San José, para opor-se à aprovação do Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos.

A mobilização foi apenas uma mostra da força do movimento contra o TLC e conseguiu reunir diversos setores em uma mesma jornada de luta contra o imperialismo. Participaram distintos sindicatos, grupos antitransgênicos, aborígenes, ambientalistas, camponeses, trabalhadores independentes, comunidades organizadas, artistas e estudantes; entre outros.

A mobilização na capital começou em três marchas distintas. A primeira saiu da sede Central do Instituto Costarriquense de Eletricidade. A segunda, formada pelo Movimento Cultural contra o TLC e pelos professores, concentrou-se no Parque Central. A terceira saiu da Universidade de Costa Rica, onde milhares de estudantes e trabalhadores da instituição se reuniram com faixas, consignas, fantasias, cartazes e bandeiras para dizer Não ao TLC. A mobilização foi organizada pela Assembléia Interuniversitaria, da qual participam grupos estudantis e políticos, entre os que se encuentra o Movimento al Socialismo (MAS), da Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional.

Segundo agências de notícias internacionais, apenas na capital, San José, mais de 75 mil pessoas participaram. Também aconteceram atos em diversas outras regiões do país, que não chegaram a ser somadas.

O outro lado
Em uma tentativa desesperada para defender seus intereses, os políticos e empresários que promovem o TLC organizaram uma marcha com funcionários do setor privado, no dia 24 de novembro, prometendo reunir mais gente do que o protesto contrário. No entanto, o chamado não reuniu mais do que 20 mil trabalhadores, mesmo com o público recebendo transporte e alimentação.

Também houve denúncias de que muitos trabalhadores foram ameaçados de ser despedidos, caso não fossem ao ato. Inclusive circulou nas empresas um boletim da Câmara de Exportadores, que orientava aos empregados a forma como deviam responder às perguntas da imprensa e as mensagens que deveriam carregar em suas faixas e cartazes.

Uma vez mais, o povo mostrou sua força unitária, ao enfrentar-se com o imperialismo para defender sua independência e seu direito a definir seu próprio futuro.