Novo escândalo também envolve a Iesa, empresa doadora de dinheiro para a campanha de LulaProvando que está presente em praticamente todos os setores do Estado e da iniciativa privada, os escândalos de corrupção atingem agora a Petrobras. A galinha dos ovos de ouro do governo está sendo investigada na chamada Operação Águas Profundas, da Polícia Federal e do Ministério Público, que averigua fraudes em licitações de manutenção de plataformas de petróleo da estatal.

Empresários, funcionários e até policiais estavam envolvidos nas fraudes, que consistia em direcionar as licitações para um conjunto de empresas. Foram presas até agora 14 pessoas. Estima-se que apenas uma empresa envolvida no caso, a Angraporto, tenha recebido R$ 60 milhões desviados do caixa da estatal.

Ao todo, R$ 200 milhões teriam sido desviados da empresa. Diretores da Petrobras repassariam informações privilegiadas à Angraporto Offshore, o que favorecia o estaleiro Mauá Jurong e a empresa de engenharia Iesa Óleo e Gás. A Angraporto foi fundada em julho de 2003 especialmente para prestar serviços à Petrobras e dirigir as fraudes na empresa.

Além de direcionar a licitação, a fraude era realizada através do superfaturamento e pagamento de serviços não realizados. Ao todo, 26 pessoas foram denunciadas pelo esquema de fraude. Além das empresas, o esquema também permitia o desvio dos recursos da empresa por um grupo de ONGs que, assim como as empresas privadas, forneciam notas frias para serviços não prestados.

Campanha de Lula
Uma das empresas envolvidas no escândalo, a Iesa, é financiadora da campanha de Lula nas eleições de 2006. A empresa fraudadora doou R$ 1,5 milhão à campanha do PT. Além disso, a Iesa financiou a campanha do senador petista Delcídio Amaral ao governo do Mato Grosso do Sul. Já a Mauá Jurong, outra empresa envolvida no caso, doou recursos à campanha de quatro candidatos do PT a deputado no estado do Rio.

Segundo nota da própria Iesa, a doação ocorreu de “maneira consciente, pois foi o governo Lula que abriu o mercado de petróleo e gás para as empresas nacionais”. Conversa telefônica entre sócios da Angraporto interceptada pela Polícia Federal, dá conta da existência de um “dízimo de campanha” em 2006. Isso indica que um dos destinos das fraudes era justamente o financiamento de campanhas eleitorais.

Esse mais recente escândalo atesta o uso de estatais para desvio de recursos e financiamentos eleitorais, a exemplo do que ocorria na direção dos Correios no caso do “mensalão”. Além disso, rebate a idéia de que a privatização de empresas estatais faça frente à corrupção. No caso da Petrobras, a crescente terceirização dos serviços e a aproximação com a iniciativa privada possibilitam a fraude e o desvio de milhões, que vão para os bolsos dos políticos nas eleições.

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