No dia 10 de setembro, os trabalhadores dos Correios vão a luta contra a direção da empresa e o governo Lula“Agora é greve!” Este foi o grito dos mais de dois mil trabalhadores presentes na assembléia dos funcionários dos Correios, realizada em São Paulo no último dia 24 de agosto. No mesmo dia também foram realizadas assembléias em todo o país, com grande participação da base. Para se ter uma idéia, no Rio de Janeiro estiveram presentes 1.800 trabalhadores, no Rio Grande do Sul participaram 1.000 companheiros, e, em Pernambuco, 500. Nas assembléias, os trabalhadores rejeitaram a proposta da direção da ECT e votaram o início da greve para o 10 de setembro.

A categoria está convencida de que só com a greve a direção da empresa vai se sentar à mesa para negociar. A política do governo e da direção dos Correios está impondo um profundo arrocho salarial aos trabalhadores. Só no período que compreende o Plano Real, os trabalhadores dos Correios tiveram uma perda salarial de 61%. Agora, reivindicam a reposição dessas perdas e reajuste real, num total de 77,21%.

A empresa tem dinheiro suficiente para atender às reivindicações, pois o lucro previsto só para este ano é de R$ 480 milhões, e as gratificações das chefias superaram o índice de 400%.

A categoria já mostrou, em anos anteriores, a sua enorme disposição de luta, apesar da direção do sindicato. Em 1988, atropelou sua direção e se organizou numa greve que durou trinta dias, conquistando 56% de reajuste. É hora de repetir essa história.
Post author Ezequiel Filho, de São Paulo (SP)
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