PSTU Correios

No dia 22 de agosto, o que deveria ser uma audiência de conciliação sobre o benefício médico da categoria de Correios virou uma grande manobra envolvendo o TST (Tribunal Superior do Trabalho), a ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) e com o apoio de setores do movimento (PCdoB).

O ministro do TST, Emmanoel Pereira, propôs a prorrogação das cláusulas do acordo coletivo de 2016/17 até 31 de dezembro (a data base vence 01/08), negociando exclusivamente a assistência médica e os demais pontos somente ao final desse período proposto, sem garantia de reajustes retroativos e sem a possibilidade de exercer o direito de greve pelos trabalhadores nesse prazo. Diante do aceite da FINDECT (Federação co-dirigida pelo PCdoB junto com o PMDB), o ministro deu 15 dias para que as assembleias referendassem a proposta.

Uma audiência para cortar direitos no plano de saúde
O caráter dessa audiência definitivamente nunca foi melhorar o plano para os trabalhadores, conforme prevê uma das cláusulas do acordo coletivo da categoria. Há anos, desde o governo do PT, o benefício médico sempre esteve na mira dos governos na tentativa de restringir direitos com a retirada de dependentes, imposição de mensalidades, etc. Ainda no governo do PT, a gestão do benefício saiu das mãos da empresa para ser dirigida por uma corrupta caixa de assistência chamada POSTAL SAÚDE. De lá pra cá, os investimentos dobraram, mas o benefício piorou consideravelmente.

A atual gestão da estatal comandada por Guilherme Campos (PSD), não mede esforços na retirada desse direito duramente conquistado pela categoria nas suas lutas. Através do discurso de uma suposta crise (na verdade, uma manobra orçamentária), alega ser o benefício responsável por cerca de 70% do suposto rombo da empresa. Com o apoio do TST, realizou inúmeras ofensivas à categoria. A última foi nessa audiência de conciliação.

Campos, Temer e o TST juntos pra impor a reforma trabalhista
Campos tem o apoio direto de Temer nos seus planos. O corte de gastos no plano de saúde dos Correios e de outras estatais foi anunciado pelo próprio governo, e neste sentido, a reforma trabalhista caiu como uma luva para Guilherme Campos.

Com a ajuda do TST, ao adiar o fechamento do acordo coletivo para 31 de dezembro, a data facilitaria para a direção da estatal implementar as medidas da reforma trabalhista na categoria, pois já teriam passados os 120 necessários para  a sua concretização após ter sido aprovada no Congresso e sancionada por Temer. Dessa forma, não estaria em jogo somente nosso plano de saúde, mas direitos históricos conquistados nas lutas.

A traição do PCdoB
Infelizmente, Campos, Temer e o TST contaram com mais um aliado para essa manobra. A FINDECT (PCdoB/PMDB) e seus sindicatos aceitaram levar a proposta do TST para base da categoria e deu um claro voto de confiança para o governo Temer. É lamentável e contraditório o PCdoB, que defende a existência de um suposto golpe contra Dilma (PT), ajudar dessa forma o governo Temer e ser parte de uma federação junto com o PMDB. Isso quando deveria imediatamente ter rechaçado a hipótese de adiamento da negociação do acordo coletivo, que significará retirada de direitos e congelamento de salário, caso se concretize.

Isso ocorre porque priorizam os acordos e a saída eleitoral no lugar da ação direta, ou seja, da mobilização e organização de uma greve. Para nós do PSTU não houve golpe algum, pois foi com a ajuda do PCdoB e do PT que o PMDB assumiu o governo. E agora, repetem o erro, ao deixar que se implemente a retirada de direitos para queimar Temer e colher o saldo na campanha eleitoral de 2018 com a candidatura de Lula. Vale lembrar que o PCdoB também compõe o conselho fiscal da POSTAL SAÚDE, com uma relação extremamente submissa e dependente.

Rechaçar a proposta do TST e organizar a greve!
É necessário que a categoria rejeite a proposta do TST e siga o calendário unitário construído no Congresso da categoria, que culmina numa possível greve dia 19 de setembro. E siga nesse calendário a proposta de nos somarmos à luta de outras categorias contra o governo Temer.

É muito importante apoiar e se somar a iniciativas como a dos metalúrgicos de convocar dia de luta e paralisação no dia 14 de setembro. Temos de estender o chamado aos petroleiros, bancários e demais categorias para unificarmos nossas lutas rumo à Greve Geral. Está cada vez mais evidente que só seremos vitoriosos se conseguirmos unir a classe na ação, nas suas lutas para derrotar as reformas e derrubar o governo Temer e tudo que ele representa.

Não à cobrança de mensalidade do Plano de Saúde!

Negociação direta com a ECT já!

Abaixo a proposta do TST!

Fora TST da negociação! Nenhuma confiança na Justiça burguesa!

Contra a reforma trabalhista e da Previdência!

Não à privatização!

Meus direitos ficam! Guilherme Campos sai!

Fora Campos! Fora Temer! Fora todos!

Construir a Greve Geral unificada!