Reunião aprova programa da Conlutas para enfrentar a crise econômica e faz um chamado à ruptura com o governo Lula e pela construção da luta unificada dos trabalhadoresNos dias 12 e 13 de novembro, em Brasília (DF), foi realizada a reunião da Coordenação Nacional da Conlutas. A reunião contou com a presença de 127 participantes, sendo 79 representantes (com direito a voto) e 48 observadores. Os presentes representavam 41 sindicatos, quatro minorias de diretorias, sete oposições sindicais, cinco movimentos sociais e seis DCEs.

A principal discussão foi sobre a crise econômica internacional e seus efeitos no Brasil e, principalmente, sobre a classe trabalhadora. O tema tomou conta de praticamente todo o primeiro dia da reunião.

Na manhã e na parte da tarde, foi realizado um importante debate com a presença dos professores José Welmovick, da revista Marxismo Vivo, e Plínio de Arruda Sampaio Júnior. Na parte da tarde, também foram discutidas as iniciativas da Conlutas sobre a conjuntura e para as lutas e mobilizações que estão em curso.

As falas dos dois palestrantes demonstraram a gravidade da crise econômica internacional. Ambos reiteraram que não estamos apenas diante de uma crise meramente financeira e sim de uma das maiores e mais importantes crises da economia capitalista, somente comparável à de 1929.

Os dois palestrantes demonstraram a farsa da suposta imunidade de países como Brasil, Rússia, Índia e China (chamados de Bric) em relação à crise e mostraram que é falsa a idéia de que estes países não sofreriam graves conseqüências. Eles lembraram fatos que desmentem o suposto descolamento, como o crescimento do número de demissões, as férias coletivas nas fábricas da GM e da Ford e os pacotes bilionários de ajuda aos banqueiros e grandes empresários. Além disso, lembraram que as interrupções sucessivas da bolsa de valores demonstram que o nosso país não só não ficará imune a crise econômica internacional como já sente seus efeitos.

Os palestrantes lembraram também que vivemos um momento histórico. Para eles, as organizações dos trabalhadores, junto à tarefa essencial de organizar a resistência, devem aproveitar a conjuntura de crise do capitalismo para levantar a bandeira do socialismo, única alternativa para acabar de vez com a barbárie capitalista.

Nova face do imperialismo
Outro tema importante discutido foi a necessidade de desmascarar, aos olhos dos trabalhadores, a grande campanha positiva realizada pela imprensa em torno da eleição de Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos. O objetivo da Conlutas é esclarecer os trabalhadores de que a eleição de Obama não representa por si só um avanço para a luta dos trabalhadores negros, tanto nos EUA quanto em todo o mundo. Seu governo seguirá implementando os planos imperialistas da burguesia dos EUA, que financiou a campanha de Obama.

O debate terminou com o compromisso de todas as entidades e movimentos presentes de levar à discussão da crise econômica para suas bases. Dessa forma, se buscará conscientizar a classe trabalhadora sobre a gravidade da crise. E sobre a necessidade de se preparar a resistência aos ataques que virão dos patrões e dos governos, para que os trabalhadores e o povo pobre não paguem a conta da crise do capitalismo.

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