Plenária teria como objetivo armar e organizar os trabalhadores para as mobilizações do ano que vem

Entre os dias 22 e 24 de novembro, entidades sindicais, populares e estudantis de várias partes do país se reuniram em São Paulo para a reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas. Entre as principais resoluções aprovadas pela coordenação está o chamado à realização de uma plenária conjunta para 2014, a fim de armar os trabalhadores para as mobilizações do próximo ano.

O chamado será dirigido aos setores que desenvolveram diversas atividades comuns com a CSP-Conlutas este ano, no âmbito do “Espaço Unidade de Ação”.  São setores como a “CUT Pode Mais”, Feraesp (Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado), Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares), CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins ) e o setor majoritário da Condsef (Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais).

Dentre as tarefas colocadas a essa articulação estaria uma forte intervenção na Cúpula dos Bric’s (Brasil Rússia , Índia, e Chiva) e do Bird (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que ocorre em Fortaleza no final de março. Além das entidades que compõem já o “Espaço Unidade de Ação”, essas iniciativas seriam levadas a outras organizações que já estão se mobilizando para a cúpula, como o Jubileu Sul e o Comitê Nacional do Atingidos pela Copa.

A resolução aprovada pela coordenação destaca “a importância dessas movimentações pelos elementos que sinalizam seu potencial, podendo essa ação vir a ganhar peso e visibilidade na luta contra o modelo econômico aplicado em nosso país, nas manifestações e nas mobilizações que deverão ocorrer durante o ano de 2014, em particular no período da Copa do Mundo“. O ano que vem “será de muita luta social e não apenas um ano de eleições“, avalia Carlos Sebastião, o Cacau, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas. “Temos que unificar essas lutas, por um programa alternativo para transformações mais profundas“, defende.

Novo ano, Novos desafios
A reunião da coordenação fez uma avaliação da conjuntura nacional e internacional, marcado por um lado pelo agravamento da crise e dos ataques e, por outro, de um amplo conjunto de ações de resistência dos trabalhadores. Desde antes de junho, a central, junto com outras entidades, protagonizara mobilizações importantes, como a marcha a Brasília em agosto que reuniu  algo como 25 mil pessoas contra a política econômica do governo Dilma e o projeto de flexibilização das leis trabalhistas que propunha o ACE (Acordo Coletivo Especial), elaborado pela CUT e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Após as jornadas de junho que tomaram conta do país, a CSP-Conlutas empreendeu uma política de inserir a classe trabalhadora, de forma organizada, nessas mobilizações. Para isso,  encabeçou ações como o dia de greve geral em 11 de julho e o dia nacional de paralisações no 30 de agosto. Infelizmente, por conta da política das direções das centrais como CUT e Força Sindical, temerosas de se enfrentarem com o governo, tais iniciativas não tiveram continuidade. No entanto, 2014 promete reviver um importante ascenso das lutas, e novos desafios estarão colocados.

A CSP-Conlutas estará chamada a cumprir um papel superior numa nova conjuntura de lutas que, acreditamos, poderá ganhar novo impulso em meados do primeiro semestre, podendo se repetir, antes e durante a Copa do Mundo, as manifestações que vivemos em 2013“, avalia a resolução aprovada pelos dirigentes da central.

Contra a criminalização
Outra importante resolução da reunião da coordenação nacional foi uma ampla campanha contra todo o processo de repressão e criminalização dos movimentos sociais que se recrudesce no último período. Em várias partes do país, ativistas estão sendo presos e processados por lutarem, chegando ao absurdo caso de, em São Paulo, um delegado desencavar a Lei de Segurança Nacional para prender um casal de manifestantes. 

*Com informações da CSP-Conlutas