Mesa da convenção que lançou Mancha candidato

Metalúrgico Luiz Carlos Prates, o Mancha, vai fazer contraponto ao PT, PSDB e ao presidente da FiespO PSTU deu a largada na rodada de convenções eleitorais nesse dia 10 de junho, oficializando a candidatura do metalúrgico Luiz Carlos Prates, o Mancha, ao governo de São Paulo. A convenção reuniu cerca de 200 pessoas na Câmara Municipal da capital paulista, entre metalúrgicos, professores, servidores públicos, sem-tetos e estudantes.

Além de Mancha, a convenção também oficializou as candidaturas do bancário e dirigente do Movimento Nacional de Oposição Bancária, Dirceu Travesso, ao Senado, em chapa junto com a servidora da Justiça Federal e ex-dirigente bancária Ana Luiza. Os candidatos a deputado estadual também marcaram presença na convenção que se transformou num grande ato em defesa das candidaturas socialistas.

O candidato a deputado federal, Toninho Ferreira, ressaltou as diferenças entre a convenção do PSTU e as convenções partidárias tradicionais. “Essa daqui não é uma convenção como dos outros partidos, aqui estão os que querem revolucionar o sistema; aqui a gente não vai ver as cenas deprimentes das outras convenções, das pessoas se estapeando para sair candidato, aqui atuamos como atuamos nas lutas”, ressaltou. De fato, no plenário podia-se observar o clima bem distinto das cerimônias partidárias. No lugar da formalidade de assessores e cabos eleitorais, havia militantes e ativistas, camaradas que se abraçavam ao se reencontrarem.

Um metalúrgico no governo
O PSTU lança a candidatura de Mancha como um contraponto à falsa polarização entre PT e PSDB no estado. De um lado, o ex-governador Geraldo Alckmin promete dar continuidade à política privatista do governo Serra, de outro, o petista Aloizio Mercadante tenta se firmar como a melhor mediação com o Governo Federal. Correndo como uma tentativa de se constituir uma terceira via, está nada menos que o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, candidato pelo PSB.

“Essas candidaturas serão financiadas pelas grandes empresas e, uma vez eleitos, eles governarão para essas empresas” disse Mancha, que deu o exemplo da privatização das estradas no estado e os caras pedágios. “Hoje em dia as pessoas gastam mais com pedágio do que com combustível, isso é um absurdo que só enriquece uma minoria; o PSTU propõe enfrentar essas empresas, retomando o controle sobre as estradas e garantir o direito de ir e vir”.

Com uma forte representação da ocupação do Pinheirinho, de São José dos Campos, no plenário, Mancha destacou a importância da luta pela moradia. “O governo precisa assentar quem luta pela terra e garantir moradia digna aos sem-teto, nossa candidatura estará a serviço dessa luta”, disse.

Num momento emocionante da convenção, Mancha saudou sua mãe que estava presente no plenário. Ele disse que era a primeira vez, em 34 anos de militância, que ela presenciava uma atividade política sua. Recentemente, Mancha sofreu a perda de seu pai.

Militantes aprovam Mancha candidato ao governo
Militantes aprovam a candidatura de Mancha ao governo de São Paulo

Um lutador que tem história
O pré-candidato à presidência pelo PSTU, José Maria de Almeida, o Zé Maria, fez questão de apresentar o longo histórico de luta de Mancha, desde seus tempos de militância no movimento de oposição metalúrgico de São Paulo até seu importante papel à frente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e da Conlutas. “Conheci o Mancha lá pelo comecinho dos anos 80, em São Paulo, ele atuava junto com um grupo numa fábrica e em seis meses já tinham organizado três greves” relembrou.

Zé Maria destacou ainda o papel das eleições para o PSTU, de ser uma oportunidade de discutir com a classe trabalhadora os problemas do país e reafirmou que, sob o capitalismo, não haverá solução para o desemprego, a miséria e os baixos salários.

Caminhando para o final, os militantes relembraram os seus mártires e fizeram um minuto de silencio por José Luís e Rosa Sunnderman, casal assassinado por ruralistas há 16 anos e por Gildo Rocha, servidor e militante do partido morto por policiais há 10 anos em Brasília. Ambos os crimes permanecem impunes. Os militantes relembraram a memória dos camaradas mortos, chamando pelo nome cada um deles, ao qual todos respondiam em uníssono “presente!”, com os punhos cerrados.