No dia 28 de junho, cerca de 160 pessoas se reuniram na sede do PSTU, em São Paulo (SP), para a convenção que definiu a política do partido para as eleições municipais de 2008. O evento teve início às 17 horas e contou com a presença de alguns convidados do PSOL, entre eles o pré-candidato a prefeito Ivan Valente.

A convenção aprovou a Frente de Esquerda com o PSOL sob o nome Alternativa de Esquerda para São Paulo, com o nome de Ivan para prefeito. Também foi aprovada a lista de candidatos do PSTU a vereadores, liderada pelo dirigente do Movimento Nacional de Oposição Bancária e membro da Coordenação Nacional da Conlutas, Dirceu Travesso.

Fábio Bosco, presidente municipal do partido, falou na abertura da convenção que “não dá pra ficar esperando candidato demagogo que vem dizer vote em mim e está tudo resolvido. A Marta que se mostra preocupada com os CEUs é a mesma que cortou verbas da educação. Geraldo Alckmin diz que vai investir para resolver o problema do congestionamento em São Paulo, mas no governo do estado não ampliou a malha metroviária, e ainda promoveu ataques aos trabalhadores metroviários”.

Ivan Valente falou sobre a necessidade de combinar a luta de massas com a luta institucional. “Esta frente que vamos fazer nestas eleições tem que ser capaz de produzir pressão social, de baixo pra cima, para que realmente ocorram as transformações sociais neste país. Temos que criar um instrumental político que ajude a empolgar as massas trabalhadoras”, afirmou.

Ele defendeu, ainda, que é preciso inverter as prioridades orçamentárias da cidade: “Quem governa São Paulo são as grandes corporações, é o capital que determina o que é prioritário e por onde deve passar a distribuição de recursos. E quem sustenta a cidade são os pobres. É preciso inverter as prioridades. É possível fazer escolhas”.

A fala de Dirceu Travesso encerrou com chave de ouro o evento. “O CEU da Marta não é nada mais que o Singapura do Maluf, e estão previstos no projeto neoliberal, porque eles têm necessidade de vender ilusão. Queremos nestas eleições mostras que todos eles, de Lula a Kassab, não têm diferença de projeto”, afirmou. Disse ainda que “saída para tudo isso só tem uma: é a organização e luta dos trabalhadores”.

Ele também criticou a falsa idéia de democracia das eleições: “Não vai haver nenhuma democracia naquilo que eles dizem que é democrático. Democracia é o que estamos vendo agora com os professores, que saem às ruas para decidirem seus rumos”.

“Queremos votos, mas não porque nós vamos resolver os problemas. Mas porque o voto em candidaturas como as nossas fortalece o pólo das lutas e mobilizações”, disse Dirceu Travesso, acrescentando ainda que sua campanha eleitoral estará a serviço de cada luta e de cada greve que estiver ocorrendo. “Esta é a forma de enfrentar o capitalismo neste país”, finalizou.