Em São Paulo, apesar do intenso frio, cerca de 250 pessoas, entre sindicalistas, estudantes e ativistas lotaram o plenarinho da Câmara Municipal, no último dia 29, para o ato de lançamento nacional da Frente de Esquerda e das principais candidaturas do PSTU no estado. Também estiveram presentes importantes lideranças sindicais e do movimento popular, além de representantes do PSOL e do PCB, demais partidos da Frente de Esquerda.

Organizar os trabalhadores
O presidente nacional do PSTU, José Maria de Almeida, o Zé Maria, abriu o ato falando sobre os desafios da esquerda na luta contra o governo. “Este não é um governo qualquer. Lula foi eleito embalado em grande expectativa. Temos que definir uma estratégia para enfrentar esse governo, buscando a unificação dos trabalhadores”, afirmou.

Zé Maria deu como exemplo da busca pela unidade nas lutas a grande vitória que foi o Conat. Neste segundo semestre, no entanto, as eleições polarizarão a luta política. Segundo ele, o caminho agora é “fortalecer a mobilização e as organizações dos trabalhadores, pois é na luta que vamos transformar esse país”.
Dirceu Travesso, o Didi, dirigente do Movimento Nacional de Oposição Bancária e candidato a deputado federal, denunciou a falsa polarização entre PT e PSDB. Dirceu também falou sobre os principais pontos da campanha do PSTU nessas eleições. “A proposta do PSTU é que nossa campanha não se restrinja ao debate eleitoral. Vamos resgatar o programa socialista. Falar sobre a necessidade de não pagar a dívida externa e interna, pois, enquanto isso não acontecer, não haverá recursos para investir em saúde e educação”, afirmou.

Candidaturas de Luta
Para a vaga do Senado da Frente de Esquerda, a convenção lançou o nome de Luiz Carlos Prates, o Mancha, ex-presidente e atual diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), referência nacional de luta. Mancha, que talvez venha a ser o único candidato negro ao Senado, lembrou a posição do PSTU quando Lula foi eleito com o apoio incondicional de grande parte da esquerda socialista. “Não só não confiamos em Lula como chamamos os trabalhadores a lutarem contra esse governo. O que Lula faz não é enganar os ricos e governar para os pobres, como muitos acham, mas justamente o contrário”, afirmou.

Para a Assembléia Legislativa, o PSTU lançou os nomes de reconhecidas lideranças, como Fábio Bosco, bancário do Santander-Banespa e candidato a prefeito pelo partido em 2004. Também foi lançada a candidatura de Edgar Fernandes, histórico dirigente dos professores e atual vice-presidente, pela oposição, da Apeoesp.

Representando a luta dos movimentos sociais e populares, Toninho Ferreira, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e atual advogado dos sem-teto da ocupação do Pinheirinho, será candidato a deputado estadual. Da mesma forma, a servidora Ana Luiza, dirigente sindical que liderou uma greve de dois meses do Judiciário Federal contra o governo, concorrerá à Assembléia. A candidata enfocará a luta contra a opressão nos marcos da classe, denunciando o capitalismo.

Arruda neles!
O candidato ao governo do estado pela frente, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), fez questão de comparecer à convenção. Plínio afirmou que seu principal objetivo nessas eleições é fortalecer o reagrupamento da esquerda socialista, já que “as mudanças nesse país não se darão pelas eleições”.

Para ele, os principais eixos da campanha no estado devem ser: oposição frontal às demais candidaturas, contestando a ordem estabelecida; transformar a campanha numa frente de massas, com um programa anticapitalista, para além do período eleitoral; e fazer propaganda do socialismo. Plínio terminou seu discurso com seu bem-humorado lema: “Nessas eleições, é ‘arruda’ neles!”.

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