Nestas eleições, o PSTU apresenta a candidatura de José Maria de Almeida, o Zé Maria, para a Presidência. Nossa campanha vai ter a marca do classismo e da defesa intransigente da bandeira socialista. Vamos defender as lutas e as reivindicações imediatas dos trabalhadores, como salário e melhoria das condições de vida, relacionadas com o enfrentamento com a propriedade das grandes empresas, resgatando o programa socialista.

A campanha vai mostrar aos trabalhadores que não há saída dentro dos limites desse sistema. Não é possível resolver os problemas mais básicos dos trabalhadores e da maioria da população, como saúde e educação, sem atacar a propriedade privada e romper com o imperialismo.

É preciso também colocar nossa campanha a serviço das lutas. Mesmo pequeno, nosso tempo na TV servirá para apoiar as greves, lutas e mobilizações que estejam ocorrendo.

Sem financiamento dos patrões
Todos os partidos e organizações dos trabalhadores que se corromperam, incluindo o PT, começaram a trilhar esse caminho com o financiamento de bancos e empresas. Uma vez eleitos, os políticos passam a governar para os empresários que, por sua vez, abocanham obras e contratos públicos. É impossível permanecer politicamente independente quando se depende financeiramente da burguesia. Por isso, a campanha de Zé Maria terá a mais completa independência financeira. Todos os recursos da campanha eleitoral do PSTU serão contribuições feitas pelos próprios trabalhadores.

Um operário que não se vendeu
Zé Maria iniciou sua militância em meio às greves metalúrgicas no final dos anos 70 no ABC Paulista. Em 1977, foi preso ao distribuir um panfleto do 1º de Maio. Libertado, tornou-se um dos membros do comando de greve dos metalúrgicos do ABC. Em seguida, foi preso com Lula e mais dez sindicalistas quando o sindicato foi invadido pelos militares da ditadura. Zé Maria também foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional.

Em 1984, mudou-se para Minas Gerais e tornou-se dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem e fundador da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas. Em 1988, dirigiu a greve com ocupação da Mannesmann.
Em 1992, com a Convergência Socialista, foi expulso do PT por levar para as ruas a campanha do Fora Collor. Naquela época, a maioria da direção do PT era totalmente contra essa iniciativa; a adesão só veio após o “Domingo Negro”, quando as massas já estavam espontaneamente nas ruas.

Em 1994, ajuda fundar o PSTU, do qual hoje é presidente. Em 1998, foi candidato à Presidência da República pelo partido, e no ano seguinte participou ativamente da construção da marcha dos 100 mil a Brasília defendendo o “Fora FHC e o FMI”.
Em 2002, participou do Fórum Social Mundial e foi um dos principais articuladores da campanha contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Naquele ano, disputou novamente as eleições presidenciais, quando ficou conhecido como “o candidato contra a Alca”.

No primeiro ano do governo Lula, Zé Maria participou ativamente da greve dos servidores públicos contra a reforma da Previdência. Em junho de 2004, foi um dos principais dirigentes da marcha da Conlutas a Brasília, contra as reformas de Lula e do FMI.

Naquele mesmo ano, entregou seu cargo na Executiva Nacional da CUT e passou a defender a necessidade de uma nova direção sindical para o movimento sindical brasileiro, uma vez que a CUT passou a ser uma entidade chapa branca. Foi um dos organizadores do Encontro Sindical realizado em Luziânia (DF), onde surgiu a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), em 2004.

Em 2008, a crise capitalista chegou ao Brasil, provocando milhares de demissões, como na Embraer. Zé Maria exigiu que o governo editasse uma medida provisória impedindo as demissões.

Em março deste ano, Zé Maria foi o primeiro pré-candidato a visitar o Haiti destruído pelo terremoto. O sindicalista denunciou a ocupação militar liderada pelo Brasil e exigiu a retirada imediata das tropas. Em junho, Zé Maria foi um dos principais organizadores do Congresso da Classe Trabalhadora, realizados em Santos (SP), que reuniu cerca de três mil delegados. Esse evento altamente representativo fundou uma nova central.

Zé Maria esteve ao lado de Lula nas greves do ABC. Mas, diferente da maioria dos dirigentes daquela época, incluindo o próprio presidente, totalmente absorvidos pela estrutura do Estado ou pelas burocracias sindicais, Zé permaneceu de forma incondicional junto às lutas dos trabalhadores. Duas origens em comum. Dois caminhos opostos. Zé Maria é um operário que não se vendeu. Lula governa hoje para os empresários.

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