Greve de policiais aprovam greve
Gustavo Speridião

É preciso que as entidades aprovem moções de repúdio à repressão do governo Dima, Cabral e Wagner às grevesApós a greve na Bahia, a greve dos policiais civis, militares e bombeiros do Rio foi deflagrada na noite desse 9 de fevereiro. Apenas poucas horas depois, porém, o movimento já enfrenta uma forte repressão do governo Sérgio Cabral (PMDB).

Os policiais apontados como líderes do movimento estão sendo rapidamente presos. Na tarde desse dia 10 a própria polícia informava que 17 policiais já estavam presos, após ter informado a detenção de 59 homens. Informações do movimento de greve, no entanto, dá conta que o número de grevistas detidos passam de 150. Só do 28º Batalhão da PM, de Volta Redonda, 129 policiais estão sendo indiciados por ‘crime militar’. Detenções e indiciamento por crimes de ‘incitação’ ocorrem em todos os batalhões.

O Comanda da PM no Rio e o governador Sérgio Cabral decidiram enfrentar a greve com brutal truculência e espalhando o terror entre os policiais. A polícia emitiu um boletim interno nessa sexta-feira determinando a prisão administrativa de todos os policiais que aderissem à greve. Além disso, os insubordinados seriam automaticamente submetidos ao Conselho de Disciplina, podendo ser expulsos da corporação. Decreto do governador alterou regra de 1978 e reduziu de 30 para 15 dias o prazo de julgamento disciplinar. Cabral instaura assim um verdadeiro estado de exceção no Rio para perseguir os policiais em greve.

Não à repressão e truculência
Todos à Copacabana domingo

O governo Cabral quer enfrentar a greve no Rio com uma repressão ainda mais forte que Jaques Wagner (PT) na Bahia. Segue assim determinação do próprio Governo Federal, cuja estratégia é esmagar a mobilização de forma exemplar para impedir que o movimento se espalhe por outros estados.

Para isso, utiliza a Polícia Federal para grampear telefones como as piores ditaduras. Serve-se ainda da grande imprensa, com a Rede Globo à frente, para criminalizar a greve e legitimar a repressão contra os grevistas. É preciso que as entidades de classe como as centrais, sindicatos, entidades estudantis, aprovem moções de repúdio contra essa truculência e de solidariedade ao movimento de greve, exigindo que Dilma pare de reprimir os policiais e intermedie negociações.

No próximo domingo, dia 12, haverá um grande ato na praia de Copacabana, pela libertação do cabo Daciolo e demais policiais presos e abertura imediata de negociação.

CYRO GARCIA PRESTA APOIO À GREVE

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