A Luta ContinuaNa maior mobilização mundial desde a Segunda Guerra, milhões tomaram as ruas em todo o mundo.
No Brasil, as mobilizações surpreenderam, mostrando que a consciência anti-imperialista é de massas e que a campanha contra a guerra, a Alca, a dívida, o FMI e a militarização tem um espaço ainda maior do que quando do Plebiscito sobre a Alca.
Esse sentimento anti-imperialista que varre o planeta e também o Brasil, potencializa a organização dos comitês contra a Alca e a guerra, permite mobilizações ainda maiores e o sucesso do abaixo-assinado exigindo Plebiscito Oficial sobre a Alca em 2003.

Não à guerra!

As mobilizações colocaram os governos imperialistas numa situação delicada: estão em xeque governos como o de Blair na Inglaterra e o de Aznar na Espanha. Bush, ainda que mantendo uma maioria interna pró-guerra, tem um apoio decrescente. Entretanto, as mobilizações ainda não foram suficientes para impedir a guerra: o mais provável é a invasão do Iraque.
A divisão inter-imperialista pode acabar num acordo de guerra se eles chegarem num termo comum sobre com quanto do petróleo fica cada um dos imperialismos. França, Alemanha e Rússia defendem a recolonização do Iraque e sua ocupação por tropas da ONU, sem guerra imediata, mas com efeitos semelhantes. As multinacionais européias querem uma parte maior do petróleo do Oriente do que lhes reserva hoje os EUA.
Daí o papel da ONU, que tem sido de desarmar o Iraque, preparando caminho para uma invasão norte-americana.
O movimento deve estar preparado para tomar as ruas novamente e cercar as embaixadas dos EUA, caso a invasão comece. Nas mãos do movimento de massas está a possibilidade de fazer desta guerra um novo Vietnã para os EUA.

Se Lula não apóia a guerra, tem que romper com a Alca e o FMI

Dia 15, o ministro Olívio Dutra declarou que o governo é “pela paz” e estava solidário com as mobilizações. Mas o governo brasileiro tomou medidas que transferem dinheiro para os banqueiros e ajudam a financiar a guerra.
Lula ofereceu ao FMI um superávit primário de 4,5% do PIB (o maior esforço para pagamento de juros dos últimos dez anos) e cortou 14,5 bilhões das verbas do orçamento. Também aumentou os juros, potencializando a sangria da dívida pública e a transferência de dinheiro para o sistema financeiro. Junto com isso, Lula segue com as negociações da Alca, adotando as propostas formuladas por FHC e ignorando o Plebiscito Popular do ano passado.
A Alca significa para a América Latina o mesmo que a guerra para o Iraque: a nossa recolonização. A ocupação do Iraque se fará com bombas, a da América Latina vem sendo feita com a dívida, as metas do FMI, as negociações da Alca e a implantação de bases militares dos EUA por todo o continente.
As medidas tomadas pelo governo Lula até agora levam ao aumento do desemprego, do arrocho salarial e da fome em prol das exigências do FMI e dos banqueiros internacionais. Os trabalhadores devem exigir que Lula seja de verdade contra a guerra: que se negue a financiá-la.
Que Lula rompa com a Alca e o FMI e suspenda o pagamento da dívida externa!
Emprego, salário e terra para o povo brasileiro e apoio ao povo iraquiano com armas, comida e remédios.
É hora de multiplicar os comitês contra a guerra e a Alca, organizar palestras, divulgar e estender o trabalho com o abaixo assinado e marcar um novo dia de manifestação.
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