A imprensa brasileira, que nunca escondeu sua face antidemo-crática, tem se demonstrado cada vez mais inescrupulosa. O espaço que o PSTU tem obtido não é nada. Na verdade, as candidaturas e propostas do partido têm sido suprimidas, boicotadas ou mesmo destruídas com edições de má fé.
Debate na Bandeirantes, debate na Record, rádios que querem cobrar pela “entrevista“, rádios que acabam com debates porque o PSDB, através de ações judiciais, não permite ser alvo de crítica. A Folha de São Paulo, por exemplo, e tantos outros veículos que se auto-proclamam porta-vozes da democracia, fingem não saber de nossa existência. Boa parte ainda age com a conveniência de “seus“ institutos de pesquisa; sobre os quais não temos acesso ao material utilizado para auferir intenções de voto nem, tampouco, resultados.
Com este manifesto, queremos denunciar a grande mídia e, ao mesmo tempo, exigir espa-ço em rádios, tvs, jornais e revistas. Num primeiro momento, nossa campanha de denúncia constitui-se em enviar o manifesto ao maior número de pes-soas possíveis. O manifesto é uma forma de divulgação da Ação Civil Pública, encabeçada pelo Sindicato dos Advogados de São Paulo e entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 22 de agosto. As entidades que desejarem também podem aderir à ação com o processo em andamento.

A ÍNTEGRA DO MANIFESTO

Como é sabido, todo partido, independentemente da magnitude de sua representação parlamentar, pode apresentar candidatos à presidência da República e governos dos Estados. Porém, o tratamento dado pela grande imprensa escrita, falada e televisiva aos candidatos à presidência da República e governos dos Estados tem sido extremamente desigual e antidemocrático.
Assim, de fato, a grande imprensa está antecipando a reforma política, na medida em que determina a existência de candidatos de primeira e segunda classe, dos que têm espaço para divulgar seus programas de governo e dos que não o têm. E, o que é mais grave, faz isso baseada tão somente em pesquisas de opinião, que medem apenas a tendência do eleitorado.
No caso das candidaturas a presidência da República isto é gritante, na medida em que somente Serra, Lula, Ciro e Garotinho têm espaço para a participação em debates, são convidados para entrevistas, tem sua agenda divulgada diariamente e aparecem em todas as pesquisas de opinião. O problema aqui é que não há somente quatro, mas seis candidatos à presidência da República. Além dos já citados anteriormente há José Maria de Almeida, do PSTU e Rui Costa Pimenta, do PCO.
Os debates dos candidatos a presidente e vice na Rede Bandeirantes de Televisão; as entrevistas dos candidatos a presidente nos telejornais Jornal Nacional, Bom Dia Brasil e Jornal da Globo, na Rede Globo de Televisão; as entrevistas dos candidatos aos governos estaduais nos jornais regionais desta mesma emissora; a sabatina com os candidatos a presidência patrocinada pelo jornal Folha de São Paulo; a não divulgação da agenda de todos os candidatos à presidência e governos dos Estados nas emissoras de TV e rádio e em jornais de grande circulação como a Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo; e a não divulgação do percentual de todos os candidatos em boa parte das pesquisas de opinião são exemplos que demonstram o que afirmamos anteriormente. Em todos estes eventos, os candidatos do PSTU, em particular, foram excluídos de participar ou, no mínimo, não convidados.
Tudo isto é muito grave pois, desta forma, o eleitor é privado de informação, na medida em que não toma conhecimento de todos os candidatos, partidos e programas que concorrem nestas eleições. Os trabalhadores e o povo deste país tem todo o direito de saber tudo sobre todos os candidatos a presidente da República e governos dos Estados. Nenhum meio de comunicação tem o direito de sonegar informações. E, ao agir desta forma, tais meios acabam exercendo, na prática, uma censura política, impondo uma ditadura disfarçada.
Os que subscrevem este texto, entidades dos movimentos sociais e indivíduos, exigem de todos os meios de comunicação de massas tratamento igual para todos os candidatos à presidência de República e governo dos Estados, desde a garantia do convite para debates e entrevistas, a divulgação de suas agendas, dos percentuais nas pesquisas de opinião ou quaisquer outro espaço concedido aos candidatos melhor localizados nas pesquisas.

Para assinar o manifesto
Envie o manifesto para a imprensa, com cópia oculta para os amigos, e com outra cópia para: [email protected].
Este endereço servirá como termômetro para sabermos quantos e-mails estão sendo enviados e quantas pessoas têm tomado contato com o manifesto; além de ampliarmos nosso cadastro para informamos mais companheiros sobre as atividades.

Para Aderir à Ação Civil
O pedido de adesão deve estar acompanhado de procuração do presidente da entidade para o advogado que assina a petição; ata de posse da atual diretoria e do estatuto da entidade.
Caso falte a procuração, a petição deve requerer a juntada desta (procuração), no prazo da lei 8.906/94,.art. 5, parágrafo 1 (quinze dias). O fax deve ser enviado ao protocolo do Tribunal Superior Eleitoral (61-322-0639 ou 322-0717), com cópia para a sede nacional do PSTU.
Post author Lene Lôbo,
de São Paulo
Publication Date