São todos iguais. A oposição burguesa, quando estava no poder, aplicou os planos neoliberaisNa semana passada ficou evidente mais uma vez a necessidade do fortalecimento de uma oposição de esquerda no país.

O governo Lula conseguiu aprovar seu projeto de um salário mínimo de R$ 260. Para impedir uma nova derrota da proposta na Câmara, foi às compras e distribuiu mundos e fundos para os deputados da bancada governista. Comprou votos dos parlamentares (atitude repetida em todas as votações do mínimo no Congresso), cedeu cargos e mudou o horário dos vôos para garantir que os deputados da bancada nordestina garantissem o quórum da votação e voltassem para as festas de São João em seus estados.

Em viagem aos EUA, Lula e Palocci não contiveram sua satisfação, e comemoraram a aprovação dos R$ 260, dizendo que o “equilíbrio” das contas foi confirmado com a vitória do governo. O tal equilíbrio, festejado por Lula e Palocci, se refere ao arrocho imposto aos trabalhadores para garantir o cumprimento das metas do FMI.

No Congresso, o que se viu foi uma disputa entre o governo e a oposição de direita. O PFL e o PSDB fizeram marola em torno de outra proposta de um mínimo miserável de R$ 275, visando à conquista de votos nas eleições deste ano. Seria interessante ver um parlamentar destes vivendo com R$ 260 ou R$ 275 por ao menos um mês, para ver como vive um trabalhador.

É necessário fortalecer a oposição de esquerda

Infelizmente, os deputados do PSOL continuaram votando com a oposição de direita ao invés de construir uma outra proposta apoiada na mobilização dos trabalhadores. Teriam a obrigação de se apoiar no ato do dia 16 da Conlutas e desmascarar também a oposição de direita. Mas o PSOL optou por reforçar o PFL e o PSDB.

A oposição burguesa aposta na falta de memória do povo. Mas a verdade é que, além de ter sido responsável por oitos anos de arrocho, quando estava no poder, não pode esconder para debaixo do tapete a miséria a que submeteu os trabalhadores dos estados e prefeituras que governa, em conseqüência da política aplicada e da corrupção.

Em São Paulo, por exemplo, uma velha raposa da política nacional, como José Serra, tentará voltar ao poder, iludindo a população ao se afirmar como alternativa ao governo petista. Em muitas cidades, os partidos da oposição burguesa farão o mesmo. Devemos desmascarar essa campanha cínica e dizer a todos que nenhum dos candidatos desses partidos representa alternativa nenhuma. São todos iguais. Todos comprometidos como o mesmo projeto neoliberal aplicado pelo governo Lula.

Mas está surgindo uma oposição de esquerda no país. No dia 16, em Brasília, a Conlutas mostrou o surgimento de uma alternativa à CUT.

No terreno eleitoral, no último final de semana, o PSTU realizou várias convenções de lançamento das candidaturas municipais. Nossos candidatos pretendem apoiar a luta dos trabalhadores por emprego, salário e terra. Não achamos que as eleições possam mudar a vida dos trabalhadores, até porque o processo eleitoral é um jogo de cartas marcadas, ganho por aqueles que detêm o poder político e econômico. Mas aproveitamos esse momento, para fazer campanha pela ruptura com a Alca e o FMI e afirmar que a mobilização dos trabalhadores pode mudar a realidade.

Venha conhecer e apoiar nossas candidaturas. Venha conosco desmascarar os partidos da oposição burguesa e construir uma alternativa de esquerda para os trabalhadores.

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