Contando com a presença de mais cem pessoas a oficina “Alca e a criminalizaçao dos movimentos sociais” ocorrida na tarde de sexta feira (24/01), foi palco de várias denuncias de repressões e assassinatos contra sindicalistas e militantes dos movimentos populares de vários países latinos americano.

Participaram da mesa os companheiros Américo Gomes (PSTU), Rosa Cecília Lemus (CUT – Colômbia), Mario Vilarreal (advogado dos presos políticos – Argentina) e o candidato à presidência do Paraguai liderança do movimento camponês o companheiro Thomas Zayas.

Além de promover a denuncia das arbitrariedades e violências cometidas contra as organizações da classe trabalhadora, os palestrantes ressaltaram que o processo de recolonização e o conseqüente aumento da miséria e da exploração, que pavimenta o caminho para a implementação da Alca, impõe a necessidade do imperialismo militarizar a América Latina, movido por interesses econômicos e geopolíticos. A implementação desta estratégia tem levado à criminalizar os movimentos sociais que resistem aos planos da recolonização norte-americana.

Governos cada vez mais submissos aos interesses de Washignton e as suas instituições financeiras, como o FMI, aplicam essa estratégia cedendo parte dos territórios de seus países para a instalação de bases militares americanas, como Alcântara no Brasil, que é somente uma entre as vinte guarnições que os EUA já tem na América do Sul. Não contente, o governo americano quer ainda promover a criação de mais bases militares, como denunciou Mario Villareal ao dizer que “os EUA querem criar quatro bases militares na Argentina. E, a exemplo, do que já ocorreu na Colômbia, o exército argentino começou a desenvolver treinamento sob o comando norte-americano”.

O aprofundamento da miséria e da exploração sobre a classe trabalhadora latino-americana vem promovendo importantes lutas de resistência contra o projeto de recolonizar o Continente, o que obriga os governos capachos do imperialismo e do FMI a aumentarem a repressão sobre os trabalhadores. Em muitos países, como na Argentina, Paraguai e na Colômbia houve a criação de novas leis criminais para reprimir ainda mais os trabalhadores.

Na Argentina, por exemplo, trabalhadores desempregados são presos por pedirem comida em frente aos supermercados, sob a acusação absurda de estarem praticando “extorsão”. Não é a toa que nesse país hoje transcorrem 3200 processos contra piqueteiros por promoverem bloqueio de ruas. Na Colômbia, segundo Rosa Cecília Lemus, “a polícia invade a sede do sindicato simplesmente por haver suspeita de terem relação com a guerrilha” sem que para isso precise de alguma autorização judicial.

Mas esta estratégia do imperialismo de criminalizar os movimentos sociais vem sofrendo importantes revezes, como lembrou Mario Villareal a respeito das mobilizações dos piqueteiros argentinos para libertar um dos seus dirigentes presos, o companheiro Raul Castells.