Foto: Samuel Tosta

Todo dia tem manifestação no Rio de Janeiro: ninguém aguenta mais o ditador Sergio Cabral

 
Acuado nas ruas, o governador Sérgio Cabral (PMDB) – o ditador do Rio – percebe que seu governo está cada vez mais questionado e criminaliza os movimentos sociais para seguir seu mandato. Às vésperas do Grito dos Excluídos, montou mais uma farsa com o objetivo de criminalizar quem luta contra seus desmandos, criminalizar os movimentos sociais que lutam em nosso estado.
 
A “Copa das Manifestações” (Copa das Confederações) foi um aviso importante ao governador. Para não perder o controle novamente, Cabral desenvolve uma política de repressão e contenção das demandas sociais, tendo em vista a Copa do Mundo em 2014. Tudo isso para passar uma imagem de cidade “pacificada” – capital do samba e do futebol – para os turistas e para as redes de hotelaria e grandes empresas multinacionais que patrocinam o evento.
 
Não é primeira vez que o ditador do Rio utiliza o aparato policial contra quem enfrenta o seu governo. Não é a primeira vez que monta artifícios legais para que as prisões que ordena não possam sequer ser respondidas em liberdade.
 
Demonstrando sua subserviência ao governo norte-americano encarcerou 13 manifestantes contra a presença de Obama, a maioria militantes do PSTU. Tentando usar estas prisões como forma de amedrontar quem tentasse lutar contra seu governo, a farsa montada naquele momento foi acusá-los de tentativa de incêndio. Dessa forma a maioria dos presos foi enviada a presídios.
 
Nos últimos dias, comprovando seu caráter antidemocrático, mandou retirar, usando vias judiciais, outdoors do PSTU que chamavam a luta pelo fim de seu governo. Seus aliados na Assembleia Legislativa apresentaram projeto que vai criando no Rio um Estado de Exceção, proibindo uso de máscaras em manifestações, autorizando a polícia a “cadastrar” (fichar) manifestantes, entre outras aberrações.
 
Com métodos autoritários, Cabral esconde-se atrás da polícia e de farsas jurídicas. Nas atuais jornadas de luta seu governo já acusou de formação de quadrilha pessoas que sequer se conheciam. Montou uma farsa contra o ativista Bruno que precisou ser desmontada com vídeos gravados pelos participantes das manifestações.
 
Ontem desalojou, violentamente, profissionais da educação da rede estadual do prédio da Secretaria Estadual de Educação. Em seu governo os manifestantes são atacados com tiros, bombas, armas químicas (spray de pimenta e gases), choques elétricos e porretadas. O resultado em feridos são muitos. Gigante, um ativista da Baixada, faleceu em função dos ataques químicos de que foi vítima.
 
Nas comunidades as ações do Estado dirigido por Cabral revelam também o caráter ditatorial do governador. A exigência de ‘autorizações’ para realização de manifestações culturais, como os bailes, em nada diferem da perseguição ao samba no início do século passado.
 
Na Rocinha, o desaparecimento e morte do pedreiro Amarildo coloca na ordem do dia a pergunta: Cadê o Amarildo? Na Maré, uma operação policial resultou em dez mortos a bala. Na manifestação realizada na Avenida Brasil, denunciando o Estado que mata, ouviu-se o grito de denúncia: “Chega de hipocrisia, esse governo mata pobre todo dia”.
 
Quem deve estar na cadeia são os corruptos e corruptores. São os que, negando recursos para a saúde e educação, deixam nossa juventude sem perspectiva de futuro. São os que superfaturam ou realizam obras desnecessárias para transferir dinheiro público para seus amigos empresários.
 
O PSTU, antes de tudo, defende aqueles que lutam e são reprimidos pelo Estado e pelos governos capitalistas, mesmo que não tenhamos acordo com seus métodos de luta e programa.
 
De nossa parte, é pública nossa polêmica com os métodos e políticas utilizados pelo Black Bloc, assim como polemizamos com outras organizações políticas. No entanto, para nós, a defesa dos Black Blockers encarcerados por Sérgio Cabral deve ser incondicional. Trata-se da solidariedade necessária entre os que lutam. Significa defender mais estes presos políticos do governo Cabral, o ditador do Rio. Devemos impulsionar uma ampla campanha democrática para libertar os Black Blockers e todos os presos políticos do governo Cabral.
 
Cyro Garcia, presidente estadual do PSTU, vai articular junto à OAB e demais entidades democráticas e dos trabalhadores, uma reunião com a finalidade de denunciar a postura repressora do governo Cabral, exigindo ampla liberdade de manifestação.
 
Não podemos esquecer do ataque desferido pela Globo e demais emissoras contra o mandato da deputada estadual Janira Rocha, que vem sendo perseguida por Cabral e seus seguidores. O PSTU tem inúmeras diferenças com a administração e com a política que vem sendo tocada tanto no mandato quanto na condução do Sindsprev. O PSTU não tem nenhuma vinculação política ou financeira com o gabinete da deputada. Mas todas essas diferenças não nos colocam em campos opostos. Defendemos o mandato de Janira Rocha contra os ataques da direita encabeçada pelo governador Sérgio Cabral. Os problemas do Sindsprev devem ser resolvidos dentro do próprio movimento de forma clara e profundamente democrática, de modo que os trabalhadores possam ter voz ativa para recuperar seu instrumento de luta.
 
– Pela imediata libertação dos Black Blockers e todos os presos políticos do governo Cabral!
– Pelo fim de todos os processos jurídicos de cunho político contra ativistas, contra os partidos e organizações dos movimentos sociais!
– Pela realização de uma ampla campanha democrática contra a criminalização dos movimentos sociais!
– Pelo direito irrestrito de manifestações e greves!
– Chega de dinheiro para Copa e Olimpíadas, e mais para saúde e educação públicas!
– Pela desmilitarização da Policia Militar, pelo fim da PM!
– Fora Cabral, ditador do Rio!
 
Atualizada em 5/9/2013, às 15h38