Existe uma nova situação política no país, distinta da que tínhamos no início do ano. O governo Lula é questionado abertamente pelos trabalhadores de base. Existe uma ruptura de massas com o governo, que não se restringe ao funcionalismo público, atingindo todos os setores dos trabalhadores.

Com apenas 16 meses de governo, Lula vê sua popularidade despencar. As últimas pesquisas, no final de março, já indicavam uma queda brusca de popularidade, com a avaliação “ruim e péssima” chegando a 23%, quase empatando com os 28% de “bom e ótimo”. Após a divulgação do “novo” salário mínimo, um rastilho de indignação correu o país, em um novo desgaste. As próximas pesquisas devem trazer más surpresas para o governo.

Fica claro, para todos os que ainda tinham dúvidas, a opção estratégica do governo. Mesmo questionado pela base em todo o país, o governo manteve uma posição clara: segue o arrocho salarial, para poder pagar os banqueiros em dia.
O grande problema político que o movimento de massas tem neste momento é: qual é a alternativa? A oposição burguesa tenta capitalizar eleitoralmente o desgaste do governo. Tenta se aproveitar da falta de informação e memória do povo, pois, quando era governo, aplicava a mesma política.

Como se estrutura uma oposição de esquerda neste país com apoio de massas? Esta é a principal pergunta a se fazer hoje. Existe já uma bronca enorme na base, entre os trabalhadores públicos e privados, contra o governo. Mas como unificar este processo pela base? Como construir uma oposição de esquerda com visibilidade neste momento, que unifique as lutas e aponte outro caminho político? Sem responder a isso, boa parte do desgaste do governo se perderá, ou no ceticismo ou no apoio à direita.

Existem hoje duas grandes respostas. A primeira é a unificação das greves (como as do funcionalismo federal, estadual e municipal), das lutas contra as reformas Sindical, Trabalhista e Universitária e das ocupações de terras, mobilização contra a Alca. Para isso, a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) está convocando o ato de 16 de junho contra o governo em Brasília. É fundamental unificar as lutas em uma grande mobilização de massas na capital. É muito importante, também, apontar a Conlutas como uma alternativa para as mobilizações, que não podem se sujeitar aos limites da CUT e da UNE chapas brancas.

A segunda resposta é política. É preciso construir uma alternativa ao PT. Não é verdade que “todos os partidos são iguais”. Existe um partido de esquerda, o PSTU, que alertou como seria o governo Lula, com a coragem de ficar só, quando a maioria apoiava o PT. O PSTU está na linha de frente das greves e mobilizações contra o governo, em defesa de salário, emprego e terra. O PSTU está lançando agora as únicas candidaturas de esquerda de oposição ao governo nas capitais. Venha para as lutas, ajudar a construir um partido verdadeiramente de esquerda. Venha apoiar as candidaturas do PSTU.

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