é possível construir a mobilização do funcionalismo contra a Reforma. para isso, é preciso combater a política da maioria da direção da CUT e de setores da direção do funcionalismo que defendem emendas a reforma do FMI e bloqueiam a lutaA manifestação do dia 15 de maio em São Paulo foi uma atividade vitoriosa, apesar dos percalços na unificação em um único ato das duas passeatas realizadas na cidade. Se tivessem se unificado, a repercussão da manifestação teria sido ainda maior. Isso demonstra a importância e a possibilidade de colocar centenas de milhares nas ruas – de norte a sul do país – se unirmos o funcionalismo das três esferas.

Já a paralisação nos dias 14 e 15 foi desigual no funcionalismo federal. Nos funcionários das universidades a adesão foi ampla. E também entre os professores foi forte. Nos demais setores, entretanto, a paralisação foi mais fraca. No judiciário foi desigual. Na seguridade, apenas cinco estados encaminharam a paralisação. E, sobretudo nas bases que se encontram sob comando do Condsef (Confederação dos Servidores Públicos Federais) não houve paralisação, pois, ademais de possíveis desigualdades, a direção não encaminhou nenhuma ação no sentido de parar.

Bloqueio das direções

A base do funcionalismo está indignada. É possível construir a mobilização unificada das três esferas, que juntas envolvem 6 milhões de trabalhadores. È possível também construir uma ampla campanha junto à população contra a reforma.
Tem havido, entretanto, um bloqueio e um obstáculo crescente de partes consideráveis (majoritárias) das direções das entidades gerais do funcionalismo no sentido de construí-las.

Nas Plenárias nacionais, estes setores não têm coragem de se enfrentar com a indignação da base. Porém, não acatam e não encaminham para as bases de suas categorias, os indicativos que as Plenárias votam.

A armadilha das “emendas”

As entidades combativas do funcionalismo, bem como todas as Plenárias do setor exigem a retirada desse projeto de reforma do Congresso, ou sua rejeição global. Pois, a PEC 40/2003 é uma proposta de privatização, impossível de ser emendada.
A coluna vertebral da reforma está no fim da integralidade e da paridade nas aposentadorias do serviço público e regulamentação da previdência privada.
Inúmeros dirigentes petistas do funcionalismo, entretanto, com o aval agora da maioria da direção da CUT propõem “lutar” por emendas acerca da idade mínima e taxação dos aposentados(as), aceitando a essência da reforma.

Esse mesmo movimento vem sendo feito pelo Senador Paim e, agora, até por setores da própria esquerda do PT, como o deputado Ivan Valente que declarou ao jornal Folha de São Paulo que devemos “reformar a reforma”.

Entrar nessa lógica de emendar para “melhorar” essa reforma do FMI, é entrar na lógica de aceitar a privatização. Não nos propusemos a reformar o PL-9, o rejeitamos globalmente. Não aceitamos reformar a reforma da CLT, a rejeitamos. Quem sempre atuou nessa lógica de negociar direitos foi a Força Sindical.
A lógica de negociar emendas, além de tudo, privilegia a negociação em detrimento da mobilização. O funcionalismo não deve e não tem porque cair nessa armadilha.

Construir o calendário unificado de lutas

No próximo dia 3, o funcionalismo deverá realizar a Plenária Nacional dos SPF e em seguida um ato no CONCUT.

No dia 11 de junho, teremos caravanas e um grande ato em Brasília. É dever de todas as entidades colocar o máximo de ônibus e levar o máximo de servidores para a capital neste dia. Devemos tomar Brasília contra a reforma, exigir que o governo retire esse projeto e pressionar os deputados para que votem contra o mesmo. Devemos avisar os deputados que, não titubearemos em colocar nos postes de todo o país um cartaz com os dizeres “coveiros do serviço público” com os rostos de quem votar nessa reforma.

Nosso calendário unificado de luta tem que seguir adiante, com atos e manifestações cada vez maiores, ampla campanha junto à população, até a construção da greve de todos os servidores.

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