Nos congressos estaduais, de forma contraditória e muitas vezes incoerente, encontramos três grandes blocos. No primeiro está a Articulação Sindical, que defende uma política governista que, de tão adesista gera mal-estar inclusive em setores de sua própria corrente.
O segundo inclui a Corrente Sindical Classista e as correntes da esquerda do PT, que reagiram de maneira distinta em cada estado, motivados por disputas de aparatos, acordos regionais, radicalização de quadros e polarização do debate político.
O terceiro bloco, claramente delimitado pela defesa dos direitos dos trabalhadores e da independência e autonomia da CUT frente ao governo Lula, é composto de militantes do MTS, Andes-SN, grupos regionais e setoriais importantes, como a Opção Socialista da Apeoesp, o grupo da Previdência do Rio de Janeiro, bem como setores mais coerentes da esquerda petista.
A pressão da direção majoritária da central é para isolar ou esmagar aqueles que estão na oposição ou que simplesmente tenham críticas ao atual governo. Sua postura no CONCUT pode ser montar uma chapa única onde os descontentes sejam beneficiados com cargos na executiva nacional, ao preço de ficarem de boca fechada; ou a exclusão da direção.
Contra isso é fundamental um Bloco de Esquerda da CUT unido politicamente em cima de resoluções que defendam os interesses de nossa classe contra os ataques governistas, como a reforma da Previdência.
Algumas iniciativas já estão sendo tomadas. Em São Paulo, no dia 16 de maio, os companheiros debaterão e estarão preparando a reunião nacional deste bloco. No Rio de Janeiro haverá uma plenária, no dia 21 de maio às 19 h, no Sindicato dos Bancários, que lançará o Movimento Esquerda Cutista, a partir da chapa do CECUT.

PLENÁRIA NACIONAL PELA CONSTRUÇÃO DE UM BLOCO DE ESQUERDA NA CUT
01/06, 14h – Apeoesp, São Paulo

Reproduzimos o extrato da resolução de Conjuntura e o Governo Lula, apresentada pelo Bloco no CECUT RJ

“Eleger Lula foi uma vitória dos trabalhadores e do povo pois derrotamos, nas urnas, o candidato de FHC, dos banqueiros, latifundiários e do Imperialismo: o Serra. Estamos em melhores condições para derrotar o modelo neoliberal. Após 100 dias as medidas do governo de coalizão PT/PL, não apontam as mudanças com o modelo do governo anterior pelas quais votaram mais de 50 milhões de brasileiros. O compromisso com o FMI de manter o superávit primário até 2006, que já materializa-se na nova LDO; nas reformas propostas, com destaque para a Previdência retirando conquistas históricas de nossa classe; na CLT que se prepara no mesmo sentido. (…) É necessário que Lula governe com e para os trabalhadores, com as entidades do movimento operário e popular abandonando seus novos parceiros e aliados. Precisamos de um plano econômico de emergência e não da continuidade do modelo de FHC/FMI(…).”

Post author Américo Gomes,
de São Paulo
Publication Date