Após 10 dias dormindo no frio e no escuro, os estudantes da UnB conseguiram derrubar o reitor. Ele havia feito uma festa com o cartão corporativo, decorado apartamento e comprado uma lixeira que vale o salário de muitos dias de um trabalhador.

A luta dos estudantes conquistou uma primeira importante vitória ao forçar a renúncia do reitor. Agora, continua dando mostras de muita força, ao seguir com a ocupação, exigindo o restante da pauta de reivindicações e, em assembléia, exigindo a suspensão da implementação do Reuni e um plebiscito sobre o tema.

Essa luta e o plebiscito contra o Reuni devem se espalhar como um rastilho de pólvora pelas universidades de todo o país. Mas não são apenas os estudantes que têm motivo para lutar. Os trabalhadores e o povo pobre estão sentindo no bolso a carestia dos alimentos e o aumento da cesta básica. Aumento que os reajustes salariais não estão acompanhando.

Já o ritmo e as jornadas extenuantes de trabalho, associados aos planos de metas e freqüentes casos de assédio moral têm feito da vida dos trabalhadores um inferno. E, se isso tudo não bastasse, seguem as investidas para retirada de direitos, tentativa de implementação de banco de horas e rebaixamento de salários, usando a crise econômica mundial, como no caso da GM.

Toda essa situação coloca a necessidade de trabalhadores, estudantes, movimento popular e também os lutadores pela reforma agrária contra o agronegócio e a transposição das águas do rio São Francisco protagonizarem atos de 1º de Maio classistas, de luta, internacionalistas e de oposição a esse governo.

Um 1º de Maio por aumento de salários, pela redução da jornada sem redução de direitos, contra as reformas, pela extinção do fator previdenciário, pela reforma agrária e contra a transposição do São Francisco, contra o Reuni e pela retirada das tropas brasileiras do Haiti.

A Conlutas buscará construir esses atos com todos os setores classistas e de luta. E neste processo, vamos construir também o Congresso da Conlutas, divulgando-o em toda a base, debatendo suas teses junto a todos os ativistas, construindo as assembléias para eleição de delegados. Esta edição do Opinião, quinzenal, oferece um resumo deste debate. Somamo-nos aos milhares de ativistas que estão construindo o novo, estão criando uma alternativa para a luta dos trabalhadores e da juventude brasileira.

Post author Editorial do Opinião Socialista Nº 335
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