No momento em que o Congresso segue com as negociatas para a sucessão de Severino, a educação federal protagoniza uma poderosa greve contra o governo Lula. Os servidores já deflagraram greve em 40 universidades e os docentes em 25, com a previsão de alcançar 27 ainda nesta semana. Os CEFETs também estão firmes na luta, com greve em 24 unidades.

A greve estudantil, apesar da UNE governista, começa a tomar contornos nacionais. Os estudantes de UFF, UFSC, UnB e UFMA acompanharam o movimento dos trabalhadores e também entraram em greve com suas pautas de reivindicações.

A cada ano, o governo Lula desfere um novo golpe contra as universidades. Em 2003, a reforma da Previdência aposentou forçosamente milhares de servidores, sobretudo professores, aumentando ainda mais o déficit de pessoal. Em 2004, aprovou, via Medida Provisória, o Programa Universidade Para Todos (ProUni), que transfere verba pública para os tubarões do ensino. Já em 2005, o governo surpreendeu até mesmo seus aliados e o FMI, ao cortar R$ 1,6 bilhão do Orçamento da Educação.
Mas agora virá o troco. A greve nacional vem se fortalecendo a cada dia e caminha para colocar em xeque a política educacional desse governo corrupto.

UNE inicia operação-desmonte
A União Nacional dos Estudantes resolveu convocar para 14 de outubro, uma Plenária Nacional de Universidades Públicas e Pagas. Até parece uma boa iniciativa, mas o verdadeiro objetivo é desmontar a greve que está apenas começando.
A UNE quer todas as entidades sob seu controle para que a greve não avance, não se choque contra Lula e possa ser desmontada mais facilmente. O objetivo é aprovar um calendário e reivindicações “consensuais”, ou seja, que não questionem nem o governo, nem a Reforma Universitária, nem os tubarões.

Por uma plenária de quem está em luta!
Para se contrapor à farsa da UNE, várias entidades, como os DCEs da UFRJ e da UFMG, CEFETs do Maranhão e de São Paulo e o comando de greve da UFSC, estão apontando para uma verdadeira Plenária Nacional de entidades e ativistas em luta, para aprovar um calendário único, construir a greve estudantil nacionalmente e conformar um comando.

Para que a plenária ocorra, é fundamental que DCEs, DAs, grêmios de CEFETs e comandos de greve aprovem o chamado à Plenária e se unam à sua construção.
Fazemos, em particular, um chamado aos companheiros do P-SOL, que estão atuando em lutas e greves com o PSTU pelo país: vamos construir juntos essa plenária! É um erro participar da plenária da UNE e legitimar essa farsa governista! Uma entidade que recebe mensalão do governo não pode organizar a luta. A UNE morreu como entidade representativa e quer desmontar a greve. Precisamos de uma verdadeira Plenária Nacional unitária que organize a luta e a greve.

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