A crise política atinge com força a CUT governista. Muitos abandonaram essa entidade em busca de alternativas. Nesse cenário, a Conlutas vem ocupando um papel importante, organizando encontros, ganhando adesões de sindicatos que rompem com a CUT e realizando os maiores protestos contra o governo Lula. Uma demonstração disso foi o ato realizado pela Conlutas no dia 17 em Brasília, com o dobro de pessoas do ato da CUT e da UNE.

A Conlutas vem se afirmando em todo o país como um pólo unitário de lutas. Isso mostra que a construção de novas alternativas está ocorrendo por fora da CUT.

Existem muitos companheiros ligados ao P-SOL construindo a Conlutas, o que é muito positivo. No entanto, o P-SOL ajudou a promover, no final de setembro em São Paulo, junto com a esquerda cutista e outros grupos, a chamada Assembléia Popular.

Essa opção indica um não entendimento dos motivos da falência da CUT, assim como do PT. Não se trata de um problema tático, imediato, mas de um problema estratégico: é necessário construir uma outra entidade nacional, alternativa à CUT, que possa encaminhar as lutas dos trabalhadores em todo o país.

Se um setor da esquerda parlamentar petista rompe com o PT, mas quer construir outro partido eleitoral como o P-SOL, algo mais grave se passa com a esquerda cutista (uma parte dela no P-SOL). Simplesmente esse setor quer permanecer na CUT, defendendo a central e luta furiosamente contra a Conlutas.

Como hoje já é muito difícil a defesa da permanência pura e simples no interior da CUT, se lançou a proposta da Assembléia, com o argumento de que assim se poderia “unificar os que estão dentro e fora da CUT”.

O problema é que isso levaria a não construir a Conlutas como uma nova entidade nacional alternativa à CUT. Seria uma vitória dos que querem permanecer na CUT. Não por acaso, foi marcado um novo encontro da Assembléia na mesma data do Congresso Nacional da Conlutas (abril de 2006).

A central governista é hoje responsável pelo isolamento das lutas e por suas derrotas. Basta ver a ação da CUT entre os vários exemplos das campanhas salariais, como bancários, petroleiros e correios.

Para unificar as lutas dos trabalhadores, é preciso romper com a CUT e construir uma nova alternativa, caso contrário essas lutas continuarão isoladas.

Um setor importante da Executiva Nacional da CUT acaba de entrar no P-SOL, reforçando a ala desse partido contrária à Conlutas, justamente o setor que promoveu a Assembléia Popular.

Certamente há um longo caminho para fortalecer a Conlutas. Continuamos chamando a ala esquerda da CUT a romperem com a central e se somarem à construção dessa alternativa.
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