Uma das tarefas fundamentais colocadas para o próximo período deve ser um duro combate à burocratização nas direções das entidades sindicais. Os anos de refluxo, a própria estrutura sindical do país, assim como uma política consciente da burguesia e do Estado, fizeram com que houvesse uma forte pressão para a adaptação dos dirigentes sindicais à ordem burguesa, e o conseqüente afastamento da base.

As demais centrais se adaptam à estrutura que herdamos do modelo getulista e, inclusive, querem ainda mais poder para a cúpula negociar pelos trabalhadores. Nós, ao contrário, confiamos na base e queremos que ela tome o poder em suas mãos.

Queremos que a Conlutas, os sindicatos e movimentos sejam verdadeiramente dos trabalhadores, controladas por eles como algo seu e não algo distante, externo a eles.

Essa batalha está aliada à luta pela legalização da organização por local de trabalho, a fim de permitir que o trabalhador possa se sindicalizar livremente, sem sofrer a recorrente repressão dos patrões. Só através de uma forte organização pela base poderemos inverter o sindicalismo de cúpula que predomina hoje.

Devemos, assim, realizar uma campanha permanente contra a burocratização. Um dos pilares fundamentais da nossa organização e do combate que precisamos dar contra a burocratização diz respeito à democracia operária e à organização pela base. A base é que deve decidir os rumos do sindicato e da Conlutas.

As Cipas e a eleição de delegados sindicais são também mecanismos que devem ser utilizados nessa luta contra a burocratização e pela organização de base, assim como as oposições sindicais.

Como deve funcionar a Conlutas
Após dois anos do Congresso que fundou a Conlutas, podemos afirmar que a estrutura de direção e organização da entidade foi um importante acerto. Porém, são necessários ajustes.

A forma de direção atual, baseada apenas no GT (Grupo de Trabalho) de Secretaria, acaba por concentrar as decisões do dia-a-dia, mesmo quando se trata de implementar decisões tomadas na Coordenação Nacional.

É preciso construir coletivamente uma proposta que estabeleça uma forma de escolher um coletivo de companheiros e companheiras que comporiam a Secretaria Nacional da Conlutas. Alem de mais democrático,este funcionamento permitiria também refletir melhor a diversidade de idéias presente na Conlutas.

É preciso investir na formação política de forma permanente, para formar os ativistas dos sindicatos e entidades da Conlutas.
É preciso também fortalecer os GT’s. Para isso, dirigentes e ativistas das entidades e movimentos devem assumir responsabilidades e tarefas junto à Conlutas.

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