No último dia 15, os operários da construção civil finalizaram a greve que durou 10 dias e paralisou mais de 30 mil na grande Belém. Foram mais de 160 canteiros de obras paralisados. A patronal, que inicialmente não queria negociar, apostando na desmobilização da greve, foi obrigada pela força dos trabalhadores a propor um acordo maior do que o inicial, de apenas 10% de aumento.

Durante a última assembleia da greve, o acordo fechado entre os trabalhadores e a patronal definiu o piso salarial do servente em R$ 640, até chegar a R$ 650, em janeiro de 2012, um índice de 14% de reajuste. O piso do profissional ficou em R$ 890 até chegar em R$ 900 (em janeiro), um índice de 12,5%. Além disso, o desconto do vale-transporte diminuiu de 3% para 2%, a PLR (Participação nos Lucros e Rendimentos) aumentou 20%, o seguro de vida duplicou para R$ 22 mil reais e os tratamentos médicos dos acidentes de trabalho serão por conta das empresas.

O fechamento do acordo foi comemorado com sabor de vitória pela categoria, pois o endurecimento da patronal não diminuiu o espírito de luta dos trabalhadores, fazendo dessa greve umas das mais organizadas e com maiores vitórias econômicas. “Ficaram do lado dos patrões, a justiça, a imprensa, a polícia e, do nosso lado, a população que trabalha e sabe o que é ser explorado” disse Ailson Cunha, um dos dirigentes da greve. “Diversas vezes fomos abordados nas ruas com frases de apoio, homenagens da população. Eram professores, donas de casa, rodoviários entre outros. Trabalhadores que viam na nossa luta a luta deles por uma vida digna” completou.

Para Deusinha, Coordenadora Geral do Sticmb, as mulheres tiveram um destaque importante: “Pela primeira vez o tema das mulheres foi tocado com importância na nossa campanha salarial. Não obtivemos êxito, pois a patronal se nega a dialogar sobre esse tema. Porém, a luta por 10% das vagas para as mulheres e pela classificação e qualificação das operárias vai continuar”.

PSTU na greve
A atuação dos militantes do partido nos piquetes, mobilizando para as assembleias, foi fundamental para a adesão dos operários e para o fortalecimento da luta. Os operários ficaram a vontade para segurar as bandeiras e faixas do partido e ouvir a diversas falas dos militantes. “A nossa greve não é uma luta só da gente, ela é uma luta de todos os trabalhadores. É por isso que o PSTU está aqui, porque é um partido socialista a serviço da luta dos trabalhadores por uma sociedade justa e igualitária”, falou Cleber Rabelo, dirigente do PSTU e da greve.

“Antes eu não tinha partido agora o meu partido é o PSTU” relatou um operário da F. Mello, feliz com a atuação do partido na greve.

Post author Walter Santos, de Belém (PA)
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