A poucos dias da reunião da Coordenação Nacional, alguns companheiros divulgaram um manifesto encabeçado pelo MTL/MES. Nele, os companheiros apontam uma contraposição entre a consolidação e fortalecimento da Conlutas, por um lado, e a busca de unificação com a Intersindical de outro.

Assim, de um lado estariam os que querem “apenas consolidar a própria Conlutas”, com um “desvio autoproclamatório”, que seriam o PSTU e a maioria da Conlutas. Como prova desse desvio estaria “o encontro de Luiziânia que afastou importantes setores”. Esse encontro, realizado em 2004, foi o que impulsionou o processo de construção da Conlutas.

Do outro lado, estariam aqueles que querem fazer avançar a unidade orgânica entre a Conlutas e a Intersindical, que seriam eles (MES, MTL e os outros que assinam o manifesto).

Para a maioria, não existe, no entanto, oposição entre o crescimento, fortalecimento e consolidação da Conlutas e a busca e esforço sincero pela unificação com outros setores, especialmente com a Intersindical.

Todos sabem que a ampla maioria da Conlutas não defende uma posição de que a é uma “Entidade pronta e acabada”, pelo contrário, o nosso projeto ainda está construção. Queremos construir uma alternativa de luta, classista, democrática e socialista para a maioria do movimento, capaz de coordenar as lutas para uma transformação social no país. E, muito longe de uma visão autoproclamatória, enfatizamos nas nossas resoluções, que somos uma organização minoritária. Reiteramos nossos chamados à necessidade de unir numa mesma organização, para que juntos lutemos pela construção dessa alternativa.

Reafirmamos a proposta já aprovada na Coordenação Nacional, de que seja formado um espaço de discussão sobre temas políticos fundamentais. Isso para que possamos construir uma base política que permita a unificação das diversas forças numa mesma organização. E também seguirmos construindo a unidade na ação nas lutas. A partir do desenvolvimento destas discussões, avançaríamos para um fórum comum que pudesse unificar todos em torno a construção de uma alternativa. Se vitorioso nosso esforço, a Conlutas realizaria um Congresso só para este fim.

Ao mesmo tempo, para nós, isso não significa abrir mão do projeto que a Conlutas veio construindo todos estes anos. Ao contrário, significa dar passos adiante na construção deste projeto, na medida em que a unidade de todos os que lutam é uma necessidade dos trabalhadores.

Os companheiros, ao contrário, contrapõem a “luta pela unidade” a “consolidação da Conlutas”. Ou seja, para eles não é importante a consolidação da Conlutas para a unidade. Não é por acaso que questionam Encontro de Luiziânia. Isso para nós, bem ao contrário, foi um acerto histórico.

Os companheiros sabem muito bem que o que impediu até agora a unificação não foi a falta de disposição da Conlutas. Infelizmente, até agora os companheiros da Intersindical ainda não responderam os nossos chamados. Existem possibilidades interessantes com setores da Intersindical, ainda não concretizadas. Seguimos pacientemente mantendo todas as portas abertas. Mas não vamos paralisar a construção da Conlutas. Portanto, vamos seguir exatamente no mesmo rumo do Encontro de Luiziânia.

Post author Diego Cruz e Eduardo Almeida, da redação
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