O dia da Independência, para nós, é um dia de luta. Não temos porque comemorar algo que não existe. O país caminha para voltar a ser novamente uma colônia, agora dos EUA. Temos que lutar por uma segunda e verdadeira independência.

A independência não existe porque as multinacionais mandam no país. Compram as empresas nacionais, como fizeram com as telefônicas estatais e recentemente a AMBEV (maior produtora de cervejas no país), controlando os principais setores da economia nacional. Ditam as leis, como fizeram com a Lei de Responsabilidade Fiscal e a autorização para os transgênicos.

A independência não existe porque o plano econômico neoliberal está sendo aplicado em benefício dos banqueiros e das multinacionais. Para isso se impõe um superávit primário gigantesco, cortando as verbas sociais para pagar as dívidas interna e externa. Para isso se abrem as fronteiras aos produtos importados.

A independência não existe porque o governo Lula se ajoelha perante o governo dos EUA, assim como fazia FHC. Manda tropas para o Haiti, para economizar o trabalho das tropas de Bush. E a Petrobras está fazendo na Bolívia o que as multinacionais fazem no Brasil, aliada às outras empresas petrolíferas estrangeiras para explorar um povo miserável.

A Volkswagen é símbolo dessa postura das multinacionais. Para impor 1.800 demissões, ameaçou fechar a fábrica do ABC. Contou com a passividade e a cumplicidade do governo Lula e da burocracia sindical, que tudo fez contra a greve.

É importante que a Volks seja também um símbolo da resistência contra as multinacionais. Os metalúrgicos, por iniciativa da oposição sindical, protestaram tanto contra o empréstimo do BNDES que o governo teve que recuar. Depois mantiveram a luta, no dia 31, contra a proposta da direção do sindicato de suspensão da greve para fazer “paralisações parciais”. E agora, quando fechávamos esta edição, obrigaram a fábrica a recuar das demissões e reabrir as negociações.

Não nos enganemos porque a fábrica vai voltar a atacar, contando com a cumplicidade da direção do sindicato. Mas ter obrigado a empresa a recuar foi uma vitória, parcial e conjuntural, mas uma vitória.

Os trabalhadores da Volks mostram o caminho da luta contra o imperialismo. É com mobilizações que poderemos avançar nesse sentido. Por isso, na semana da independência nós participaremos dos atos para exigir uma segunda e verdadeira independência, pelo não pagamento das dívidas e em apoio à luta dos trabalhadores da Volks.

Lula e Alckmin defendem a mesma submissão ao imperialismo, o mesmo servilismo à Bush. Com eles o caminho estará aberto para o Brasil voltar a ser colônia, caso se imponha a Alca.

Defendemos nas lutas e nas eleições uma segunda independência do país. Nas eleições, vote Heloísa Helena pela ruptura com o imperialismo e a suspensão do pagamento da dívida.