Agora é retomar as ruas do país com força e com vontade, chamando o “Fora Todos!”A UNE, em conjunto com a CUT e o MST, promoveu mais um fiasco nacional. Na tentativa desesperada de driblar a atenção dos estudantes diante dos escândalos de corrupção do governo Lula, a entidade não mediu forças para realizar o ato no dia 16 de agosto em defesa do “Fica Lula”. O tiro saiu pela culatra. Apesar dos números inchados divulgados pela UNE, havia somente cerca de 5 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios.

O aparato gigantesco da UNE, financiado pela “máfia das carteirinhas” e pelo mensalão de mais de R$ 1 milhão do governo federal, não foram suficientes para mobilizar a juventude. Isso aconteceu fundamentalmente por dois motivos: os estudantes não reconhecem mais essa entidade como sua representante, e não estão dispostos a defender este governo que retira verbas da educação para pagar o mensalão.

Contraste
A apatia do ato governista contrastou com a euforia e o sucesso da marcha do dia 17, que contou com 30 mil manifestantes. Aqui estavam os verdadeiros caras-pintadas, que protestavam contra a corrupção, as reformas e a política econômica, com uma pitada de irreverência, vestindo cuecas por cima das calças.

A palavra de ordem “Fora Todos!” foi recebida com grande euforia pelos estudantes secundaristas e universitários que estavam presentes em Brasília na coluna da Conlute. Esse grito certamente ganhará as escolas e universidades e se reproduzirá em cada estado do país. Mais mobilizações estão à vista.

Conlute realiza plenária com mais de 500 estudantes
A vitória da marcha teve continuidade na plenária que a Conlute organizou no dia seguinte na Universidade de Brasília (UnB). O entusiasmo se sobrepôs ao cansaço da marcha e os estudantes disputavam lugar no auditório da universidade.

Novas mobilizações
Mais de 500 estudantes e 50 entidades votaram um calendário de lutas, uma carta a ser entregue às entidades estudantis, a realização de um novo encontro com delegados eleitos pela base no ano que vem e a participação dos estudantes no Congresso da Conlutas, em março de 2006.

Foram marcados atos em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo respectivamente nos dia 10, 14 e 15 de setembro, para dar continuidade às mobilizações contra a corrupção e pelo “Fora Todos!”.

A aliança dos estudantes com os trabalhadores foi uma necessidade apontada pela plenária para derrotar o governo corrupto e as suas reformas Universitária, Sindical e Trabalhista. Portanto, os atos estaduais serão em conjunto com a Conlutas e, segundo muitas intervenções, a greve que se inicia nas Instituições Federais do Ensino Superior poderá ganhar ainda mais força a partir da unificação dos estudantes, professores e funcionários.

Marcou presença na plenária a Executiva Nacional dos Estudantes de Letras (EXNEL) e o DCE da UFPI, entidades que recentemente romperam com a UNE. Outro ponto alto da plenária foi o anúncio da entrega dos cargos de diretores da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Porto Alegre (UMESPA) e de sua integração à construção da Conlute.

Fim de um ciclo
Não dá mais para esconder a falência completa da UNE. Agora, além de burocrática e chapa-branca, ela também recebe o mensalão. O fim do seu ciclo histórico é público. O PCdoB, direção da UNE desde a década de 70, preferiu leiloar a entidade a enfrentar o governo Lula. O fracasso do ato da UNE no dia 16 e a vitória da marcha da Conlute e da Conlutas no dia 17 são a expressão do enterro da entidade governista e o nascimento de uma alternativa de direção.

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