George Bezerra, de Fortaleza (CE)

Entre os dias 29 e 31 de maio, ocorreram as eleições do Sindicato da Construção Civil de Fortaleza. Duas chapas estavam inscritas. A Chapa 1, da Conlutas, composta por militantes do PSTU, PCB e ativistas independentes. E a Chapa 2, da CUT, financiada pelo aparato cutista e pela prefeitura do PT.

No final da apuração, uma vitória categórica daqueles que votaram por manter a tradição de luta da entidade. Dos 3.050 votos, a Chapa 1 obteve 2.149 votos (70,4%), e a Chapa 2 apenas 804 votos (26,3%). Foram registrados 73 votos em branco (2,4%) e 24 votos nulos (0,8%).

Derrota dos aparatos
A CUT movimentou suas forças para estas eleições. Boa parte dos principais sindicatos cutistas de Fortaleza (Comerciários, Vigilantes, Sapateiros, Têxteis, Sindisaúde e Metalúrgicos) estiveram envolvidos na campanha. Até dirigentes sindicais dos trabalhadores da construção civil de Campinas (SP) se fizeram presentes.

A prefeitura petista de Luizianne Lins também não ficou de fora, mostrando que nada tem de diferente do restante do PT. Escancaradamente, dois membros da administração municipal foram deslocados para coordenar a campanha da chapa da CUT. Tentaram comprar a consciência dos operários distribuindo 3 mil bonés, bolsas e camisetas.

Tudo em vão. Os trabalhadores não se deixaram enganar, votaram naqueles que continuam na luta e imprimiram um duro golpe à CUT e à prefeitura do PT.

A campanha da Chapa 1 esteve a serviço de armar os trabalhadores para lutarem contra a medida do Super Simples e o projeto da reforma sindical e trabalhista e de garantir a independência dos sindicatos frentes aos patrões e governos.

O apoio da coordenação estadual da Conlutas, através do Sindicato dos Gráficos e da Oposição dos Trabalhadores na Indústria da Confecção, foi fundamental. A ousadia da juventude do PSTU de Fortaleza foi uma marca da campanha. E a militância do partido de Macapá, Belém, Recife, Juazeiro do Norte e São Paulo foi determinante na construção dessa vitória.

Uma vitória a serviço da Conlutas
O resultado pode gerar importantes desdobramentos no movimento sindical do estado. Na opinião de Raimundão, dirigente da categoria e militante do PSTU, “a Conlutas sai fortalecida na base. Essa vitória dá condições para entrarmos na base de outras categorias a partir da formação de oposições. Precisamos utilizar a experiência vitoriosa dos trabalhadores e a influência do nosso sindicato para a construção da Conlutas”.

Post author George Bezerra e Nestor Bezerra, de Fortaleza (CE)
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