A eleição para a nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem ocorreu de 15 a 17 de abril. Duas chapas disputaram: a Chapa 1, da CUT e que representa a situação, e a Chapa 2, da Conlutas e de oposição, que buscava retomar o sindicato das mãos dos governistas e trazê-lo novamente para a luta.

Desde o início do processo eleitoral, o sindicato vinha sendo ocupado por jagunços contratados pela chapa 1, que controlavam a entrada nas dependências da entidade. A eleição começou na terça-feira, 15 de abril, e a coleta de votos estava transcorrendo normalmente. São cerca de 6.500 associados, dos 55 mil metalúrgicos na base.

Porém, na quarta-feira, por volta das 16h, um fato grave ocorreu. Um segurança da chapa 1 saiu de dentro do sindicato com uma pistola em punho e deu seis tiros em dois homem que estariam assaltando um passageiro de um táxi. Após os disparos, outro segurança da chapa 1 recolheu os cartuchos e os dois voltaram normalmente para o sindicato.

O que ficou provado é que os seguranças estavam realmente armados e, com tranqüilidade, atiram em pessoas. Tudo isso ocorreu a 30 metros da porta do sindicato e na presença de mais de 100 militantes que faziam boca de urna junto aos aposentados.

Diante desses fatos graves, a Chapa 2, de oposição, encaminhou à comissão eleitoral um pedido de retirada dos seguranças contratados. A oposição exigiu que fosse feita uma varredura nas dependências da entidade para buscar armas e porretes e a abertura do sindicato para a entrada de metalúrgicos, sócios e aposentados.

A comissão eleitoral não aceitou as solicitações. Um dos membros inclusive reafirmou a necessidade de aumentar a quantidade de seguranças. Diante dos fatos, a Chapa 2 se retirou do processo até que a comissão eleitoral aceite as exigências.

Post author
Publication Date