Nos dias 11 a 13 de dezembro, em Belo Horizonte (MG), aconteceu a reunião da Coordenação Nacional da Conlutas. Apesar da proximidade do final do ano, a reunião foi muito representativa, contando com a presença de 165 participantes. Desses, 83 eram representantes com direito a voto e 82 observadores. Estavam representadas 43 entidades sindicais, 17 minorias de entidades e oposições sindicais, três movimentos populares urbanos e quatro entidades estudantis.

No primeiro dia da reunião, foi discutida a conjuntura nacional e as atividades. Neste ponto foi realizado o balanço das atividades da Conlutas durante o ano de 2009, especialmente as iniciativas da entidade contra os ataques do Governo Lula e dos patrões sob a classe trabalhadora devido a recessão que se instalou no país no final de 2008, além da intervenção vitoriosa da coordenação nas campanhas salariais do segundo semestre deste ano.

Neste ponto foi assumido o compromisso de todas entidades e movimentos presentes em se lançarem no esforço de convocação da plenária nacional da reorganização, que acontecerá no dia 30 de janeiro, durante o Fórum Social Mundial de salvador (BA). Nesta plenária, a Conlutas discutirá conjuntamente com as outras entidades um plano de ação para as lutas da classe trabalhadora e da juventude no ano de 2010.

Ainda no dia 11, foi discutido o ponto sobre a organização e trabalho de base. O companheiro Zé Maria apresentou um texto de contribuição propondo que as entidades e movimentos da Conlutas busquem no próximo período dar um salto na organização dos ativistas na base das fábricas, locais de trabalho e estudo.

Neste ponto, foi definido que a Conlutas levará esta importante discussão para a base de suas organizações filiadas, construirá em 2010 uma campanha política para regulamentar em Lei o direito dos trabalhadores de se organizarem sindical e politicamente nos locais de trabalho, realizando este ponto de discussão também no Congresso da Conlutas, que acontecerá nos dias que antecedem o congresso de unificação.

No dia 12, a reunião da Coordenação Nacional discutiu o processo de reorganização e a convocação do Congresso de unificação e do Congresso da Conlutas. A reunião reafirmou as posições políticas defendidas pela Conlutas nos debates que antecederam o seminário nacional de reorganização de novembro passado, principalmente a defesa do caráter sindical e popular, com presença deliberativa dos movimentos de luta contra as opressões e do movimento estudantil na nova organização e a construção da estrutura de direção da entidade respeitando a democracia operária e formada a partir dos representantes das entidades do movimento. Ao final do segundo dia foram realizada as reuniões dos GTs de Mulheres, de Negros, da Educação, da Saúde, dos Aposentados, do Funcionalismo Público e o de Comunicação.

No dia 13, último dia da reunião, foram votadas as resoluções políticas, especialmente a resolução das campanhas internacionais, destacando a campanha pela retirada das tropas brasileiras do Haiti e a campanha contra a Guerra do Afeganistão. Também neste dia foi definido um esforço especial no final do ano e em janeiro para regularizar junto ao Ministério do Trabalho a filiação formal de todos os sindicatos que já se definiram politicamente pela participação na Conlutas.

2010 marcará a unificação da Conlutas e da Intersindical
O principal fato político do processo de reorganização no ano que vem será, sem dúvida nenhuma, a realização do Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat), que discutirá a possibilidade de unificar a Conlutas, a Intersindical, o MTST, o MTL, o MAS e representantes da Pastoral Operária de SP em uma mesma entidade nacional de frente única.

Mais do que a soma aritmética das entidades que já participam das organizações que o convocam, o Conclat vem se transformando em um pólo de atração para ativistas, movimentos e entidades sindicais que fazem experiência com a política governistas da maioria das centrais sindicais, especialmente a CUT.

A Coordenação Nacional da Reorganização em sua última reunião já definiu que o Congresso de unificação acontece nos dias 5 e 6 de junho em Santos (SP), e será composto por delegados eleitos na base do setor sindical e do movimento popular. O movimento estudantil e os movimentos de luta contra as opressões participarão, em um primeiro momento, como observadores no Conclat. Mas, uma das a primeiras decisões será sobre o caráter da nova organização, onde a Conlutas defenderá que também estes movimentos participem com direito de voto na nova organização, com um limite de 5%, para que seja garantido que a classe trabalhadora tenha centralidade da nova entidade.

O Conclat definirá também o programa, os estatutos e a forma de funcionamento da nova entidade. A Conlutas defenderá neste congresso a experiência de funcionamento que vem sendo atualmente aplicada, especialmente com a manutenção na nova organização da importância fundamental da coordenação nacional de entidades, que se reúne a cada dois meses, com representantes diretos das entidades filiadas, e que define os rumos da entidade.

Pontapé inicial para o Conclat será dado no Fórum de Salvador
No dia 30 de janeiro, durante a realização da edição do Fórum Social Mundial em Salvador (BA) – marcado para os dias 29 a 31 de janeiro, acontecerá uma Plenária Nacional do processo de reorganização. Nesta plenária será definido além de um plano de ação conjunto de todas as entidades envolvidas para 2010, serão lançados os materiais de convocação oficiais para o Conclat. Na plenária serão informados também os critérios de participação no Conclat, especialmente as formas e critérios para a eleição dos delegados.

Todas as entidades e movimentos que estão participando deste processo de reorganização devem enviar representantes para esta importante plenária, que será o primeiro passo para realizarmos em junho de 2010 um congresso de massas para selar a unificação em uma mesma entidade a Conlutas e a Intersindical, além de outras entidades e movimentos.

Outras importantes atividades acontecerão durante o Fórum de Salvador, como a segunda assembléia nacional da Anel, as atividades contra o racismo e o machismo convocadas respectivamente pelo Quilombo Raça e Classe e o Movimento Mulheres em Luta, movimentos de luta contra as opressões ligados a Conlutas, e uma mesa de discussão convocada pela Frente Nacional dos Petroleiros (FNP).

Durante a edição do Fórum Social Mundial em Porto Alegre (RS), dos dias 25 a 29 de janeiro, será realizada também uma reunião sobre o processo de reorganização, garantida pelas entidades que estarão participando também desta edição do fórum.

A programação exata das atividades políticas que a Conlutas participará em ambas as edições dos fóruns será anunciada no início de janeiro.

Congresso da Conlutas em junho
Nos dias que antecedem ao Conclat, dias 3 e 4 de junho, também na cidade de Santos (SP), a Conlutas realizará o seu Congresso. O principal ponto do Congresso será justamente o processo de reorganização e a definição final sobre a unificação da Conlutas com a Intersindical e as demais entidades e movimentos envolvidas neste processo.

Outro ponto importante do Congresso será a discussão sobre organização e trabalho de base, onde será proposto que a luta por dar um salto na organização dos ativistas da classe trabalhadora nos locais de trabalho será uma das marcas das entidades e movimentos da Conlutas no interior da nova organização que pode surgir do Conclat.

Até junho de 2010 seguiremos construindo a Conlutas, buscando que ela responda, de forma unificada com as outras organizações, aos processos de luta da classe trabalhadora e do conjunto dos explorados e oprimidos, filiando novas entidades a Conlutas e tentando atingir a meta de legalização formal da Conlutas, para colocar estes avanços políticos e organizativos que atingimos na Conlutas a serviço da nova organização.