Mais de 300 pessoas estiveram presentes na primeira reunião da Coordenação Nacional da Conlutas deste ano. O encontro aconteceu nos dias 29 de fevereiro e 1º e 2 de março, no Rio de Janeiro (RJ), e foi a maior reunião da direção da entidade desde a sua fundação. Entre os presentes, estavam delegados e observadores de sindicatos, oposições, minorias sindicais, movimentos populares e entidades estudantis.

Foram três dias de intensos debates sobre conjuntura nacional e internacional, plano de lutas e reorganização do movimento de massas no Brasil. A reunião da Coordenação aprovou, prioritariamente, o esforço para construir as condições de fusão com aqueles que estão no campo das lutas, em oposição ao governo, na construção de uma alternativa única.

A necessidade de unir forças
O segundo dia da reunião foi quase totalmente dedicado à tentativa de responder a duas questões: o que fazer para dar conta das lutas que surgem pelo país e qual a melhor forma de organizar e de mobilizar os trabalhadores em defesa de seus direitos?

Os ataques cada vez mais duros e unificados do governo e dos patrões contra os trabalhadores nortearam o debate sobre a reorganização do movimento. Cumprindo a definição de seu congresso de fundação, em 2006, o chamado à unidade com outros setores da classe que estejam dispostos a lutar contra o governo é uma das prioridades da entidade.

Nos últimos anos, tem-se vivido uma dispersão enorme do movimento de massas. Com a direitização da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a experiência com o PT, uma série de rupturas foram se dando sem que haja, até o momento, uma alternativa única para aglutinar a classe. Nesse processo, a Conlutas é a organização que tem estado mais à frente e deverá cumprir um papel central.

Neida Oliveira, do CPers-Sindicato (RS), disse que “a unidade é fundamental porque temos desafios muito grandes pela frente” e que a Conlutas deverá ser “ser o carro-chefe desse objetivo principal e puxar a unidade de todos os setores que fazem oposição ao governo e que romperam com a CUT e com o PT porque não aceitam as reformas neoliberais, não aceitam os ataques aos trabalhadores”.

A reunião nacional aprovou estabelecer uma agenda de debates com os setores que estão dispostos a lutar contra o governo e contra os ataques aos direitos dos trabalhadores. Por esse aspecto, a prioridade de discussão será com a Intersindical para propor uma fusão entre as duas entidades. A Intersindical, ainda que menor e mais nova que a Conlutas, também surgiu de setores descontentes com a CUT e com o governo petista.

As entidades e organizações que aderirem a esse debate serão convidadas a participar do congresso da Conlutas, em julho, como observadoras. Dessa forma, terão contato direto com a discussão que estará sendo feita na base da central. Zé Maria de Almeida avaliou que é fundamental que haja essa discussão comum para, “partindo dos temas estratégicos de qualquer organização para a luta da classe trabalhadora para buscar criar as bases políticas para essa unidade e para essa fusão”.

Para criar as condições políticas para a fusão, a coordenação propôs quatro temas nos quais deverá estar centrada a agenda de debates: estratégia de organização, caráter da entidade e concepção, de direção e o processo de burocratização dos sindicatos.

A coordenação aprovou, ainda, paralelamente a este debate, continuar batalhando pela máxima unidade de ação nas mobilizações cotidianas da classe trabalhadora. Com base no plano de lutas aprovado na reunião serão procurados os demais setores que estão na luta para tentar reproduzir a unidade na luta construída no início do ano passado.

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