O Grupo TECLA (TEatro CLAssista) deu início às atividades da Conlutas-Piauí no dia 7 de setembro, apresentando a performance “Esta dívida não é nossa!”, no pátio da Igreja São Benedito, onde tradicionalmente se faz a concentração do Grito dos Excluídos na cidade de Teresina.

No intuito de desviar a atenção dos populares e evitar as críticas aos governos Lula e Wellington Dias (PT), a CUT saiu antecipadamente com um grupo reduzido de sindicalistas pelegos do SINTE e ocupantes de cargos comissionados no governo petista. Liderados pelo presidente da CUT estadual, João de Moura, que aparece diariamente no programa eleitoral do PT elogiando o governo, os neopelegos cumpriram o ridículo papel de chamar palavras de ordem em defesa do governo, que eram timidamente repetidas pela juventude da UMES e UJS.

Logo após a apresentação teatral, a Conlutas, que levou duas vezes mais ativistas do que a CUT, iniciou a sua passeata com a participação de cerca de 150 ativistas do SINDSERM, SINDESPI, ADCESPI, DCE da UFPI, SINDSJUS, SINDSERM Campo Maior, Resistência Camponesa, Oposição Urbanitária, Educação com lutas (oposição ao SINTE); Grêmio Estudantil do CEFET, Grupo Gay Mirid`wa, Grupo Matizes e a oposição ao SINPOLJUSPI (policiais civis).

Como o pequeno grupo da CUT saiu na entrada do desfile, com o objetivo de impedir protestos diante do palanque oficial onde se encontravam o governador Wellington Dias (PT) e o prefeito Sílvio Mendes (PSDB), a Conlutas furou o cordão de isolamento, passando à frente dos superpelegos e passou a liderar o grito, com palavras de ordem como “Ô Lula, que papelão, tirou do povo pra pagar o mensalão”; “Não é mole não, tem dinheiro pra banqueiro, mas não tem pra educação”; e “Fora já, fora já daqui, Bush, Lula, Wellington e FMI”.

Quando perceberam a atitude da Conlutas, os cutistas saíram correndo desesperadamente, mas não conseguiram evitar o constrangimento de suas “autoridades” diante das palavras de ordem e do apoio de grande parte da platéia do desfile oficial (12 mil pessoas, segundo a polícia).

Irritado por não ter conseguido “cumprir a tarefa” de evitar os protestos, um assessor do deputado João de Deus (PT) arrancou o cabo do microfone de um dos carros de som da Conlutas. Além disso, uma ativista da Conlutas foi agredida com uma cotovelada no seio, mas foi prontamente socorrida e o agressor foi imobilizado e devolvido à CUT.

Desistindo de continuar com agressões físicas por estarem em menor número, os cutistas passaram a gritar a palavra de ordem “Olé, olé, olé, olá, Lula, Lula”. Foram abafados pela adaptação feita pelos agitadores da Conlutas, que substituíram o último “Lula” por “ladrão”. Diante da risada geral dos espectadores, tiveram que abandonar a palavra de ordem para não serem mal interpretados pelos seus chefes no palanque oficial.

Os candidatos da Frente de Esquerda (PSOL/PSTU), Edna Nascimento (Governadora-PSOL) e Geraldo Carvalho (Senador-PSTU) estiveram presentes numa coluna e utilizaram um dos carros de som para falar contra o pagamento das Dívidas Interna e Externa. Apesar da cobertura ter sido feita por todos os canais de televisão, nenhum deles divulgou o ocorrido, já os jornais escritos mostraram somente a briga entre CUT e Conlutas e fotos apenas da Conlutas.

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