Nem demissão, nem redução de salários ou direitos. Orientação a sindicatos filiados é resistir e realizar mobilizações contra ataquesA CONLUTAS (Coordenação Nacional de Lutas), organização sindical de esquerda e de oposição ao governo Lula, tem orientado seus sindicatos filiados a realizarem paralisações, greves e manifestações contra as demissões que estão ocorrendo em todo o país, bem como contra as propostas de flexibilização de salários e direitos.

A Conlutas iniciou uma campanha, em outubro do ano passado, que tem o slogan “Os trabalhadores não podem pagar pela crise. Os ricos que paguem”. A CONLUTAS defende estabilidade no emprego para todos os trabalhadores e a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários ou direitos e sem Banco de Horas.

Um forte processo de mobilização já acontece na base do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, que é filiado à CONLUTAS, contra as 802 demissões feitas pela General Motors.

Os trabalhadores da montadora já paralisaram a produção da fábrica por duas vezes esta semana. Nesta quinta-feira, dia 15, a produção parou por duas horas.

Foi aprovada a intensificação da mobilização e total repúdio à proposta de redução salarial que vem sendo feita pela Fiesp. No próximo dia 24, a CONLUTAS realizará um grande ato público no centro de São José dos Campos.

No último dia 8, o Metabase, sindicato também filiado à CONLUTAS, de Itabira (MG), realizou uma manifestação contra as demissões anunciadas pela mineradora Vale. Foi um dia de protesto, que mobilizou toda a cidade e teve uma passeata com cerca de 3 mil pessoas.

Para a CONLUTAS, formada a partir de uma corrente sindical de oposição interna da CUT e que atua desde 2004, os trabalhadores não podem aceitar pagar o preço da crise. Não podemos aceitar nem demissões, nem flexibilização de direitos como já querem os empresários.

“Essa campanha para que se reduzam os direitos dos trabalhadores é vergonhosa e, infelizmente, conta com a conivência do governo Lula, que tem dado bilhões de reais do dinheiro público para bancos e empresários enquanto o número de demissões aumenta a cada dia sem que nada seja feito”, disse o dirigente da Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

Para Mancha, lamentavelmente, centrais como a Força Sindical e CTB também estão contribuindo em favor da ofensiva contra os direitos. Acordos rebaixados, como os que foram assinados pela Força Sindical no Paraná e que estão sendo negociados em São Paulo, ou os que foram assinados pela CTB em Volta Redonda (RJ), só reforçam este quadro.

Na prática, a CUT também tem defendido que os trabalhadores paguem o preço da crise dos capitalistas, com medidas como o Banco de Horas, que penaliza o trabalhador.

Ato contra a Fiesp
Diante desse quadro, a CONLUTAS e seus sindicatos e organizações filiadas vão promover uma série de atividades, protestos e mobilizações em todo o país contra as demissões e, ao mesmo tempo, contra as chantagens que colocam em pauta a redução dos direitos trabalhistas. Um ato em São Paulo, em frente à Fiesp, já está sendo organizado.

“Exigimos do governo Lula que edite uma medida que garanta estabilidade no emprego a todos os trabalhadores. Fazemos ainda um chamado às outras centrais sindicais para que cerrem fileiras com os trabalhadores em defesa da estabilidade e não com os patrões para reduzir direitos”, concluiu Mancha.