Nos dias 23, 24 e 25 de junho, aconteceu o Congresso dos Estudantes da Universidade Federal do Amazonas (CEUFAM). Esse congresso acontece anualmente, pra discutir a conjuntura política, educação/universidade e o movimento estudantil. Esse ano teve um “tempero“ especial, com o debate que corre todo o Brasil, sobre a ruptura com a UNE traidora, dos governistas e do mensalão.

No dia 23 ocorreu a abertura do congresso, com algumas organizações políticas e partidos saudando o congresso – PSTU, PCB, PPS e PCdoB. A ausência do Partido dos Trabalhadores foi observada por toda a plenária. Vários militantes e até diretores da gestão proporcional do DCE-UFAM que são do PT estavam lá, mas nenhum se dispôs a falar e saudar o congresso em nome do PT ou da Juventude do PT.

No dia 24 pela manhã tivemos a palestra de conjuntura internacional e nacional com o professor Valério Arcary, do PSTU, e o deputado estadual Eron Bezerra (PCdoB-AM). Na tarde deste dia, ocorreu a mesa sobre educação e universidade, com Jacob Paiva (diretor do ANDES-SN); Arminda Mourão (Diretora da Faculdade de Educação/UFAM) e Bruce Osborn (pró-reitor de graduação). Neste debate a reforma universitária e as políticas do governo para a educação foram discutidas com os estudantes, várias intervenções foram feitas e a ampla maioria repudiou a reforma universitária apresentada pelo governo Lula e várias das suas políticas para o ensino superior.

No domingo, ocorreu a tão esperada plenária final, com bastante tensão. A UJS/PCdoB e seus satélites de direita tentaram a todo o momento agrupar os estudantes independentes que não sabiam dos processos de rupturas com a UNE que já ocorrem Brasil afora. Lamentavelmente, a UJS/PCdoB aprontou mais uma das suas. Uma delegada do curso de administração se retirou do congresso e os militantes da UJS/PCdoB pediram seu crachá. A estudante, precisando ir embora em virtude de outro compromisso, saiu e deixou seu crachá com os militantes do PCdoB, o que foi rapidamente questionado por quem presenciou o fato. O PCdoB montou um tumulto na plenária com gritarias e xingamentos. Resultado, parte da bancada de delegados dos cursos de Direito e Administração retirou-se e a UJS/PCdoB e seus satélites de direita ficaram orfãs, porque necessariamente se apoiavam nos votos desses delegados.

Após o tumulto, a plenária retomou os trabalhos e foi aprovada a proposta mais polêmica do congresso, a da ruptura com a UNE. Alguns militantes e vários delegados tiveram a impressão que já existia uma cena ensaiada no congresso, porque foram aprovadas várias propostas contra a reforma universitária, contra o Prouni, contra as reformas neoliberais do governo Lula e em todas essas propostas o PCdoB disputou claramente e de forma honesta, perdeu todas as propostas no voto, mas perdeu honestamente. No entanto, na pauta de ruptura com a UNE, eles montaram um circo.

Mesmo assim, os estudantes aprovaram várias resoluções que constroem a luta política por mais verbas para educação, verbas públicas apenas para a educação públicas e muitas outras, sendo que a ruptura com a UNE foi aplaudida pelos congressistas e infelizmente não teve a presença do PCdoB, seus satélites de direita e de vários estudantes que se retiraram por causa do circo montado.

O balanço foi muito positivo e as resoluções permitem também mobilizar o maior número de estudantes para as eleições do DCE no dia 30 de agosto.