Entre os dias 7 e 10 de novembro, aconteceu o XII Congresso do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe-RJ). O Sepe é um dos maiores sindicatos do estado, com mais de 40 mil filiados. Com 1.050 delegados, este foi o maior Congresso de sua história.

Na última eleição da entidade, em 2006, a categoria aprovou a ruptura do Sepe com a CUT num plebiscito em que mais de dois terços dos votantes apoiaram a desfiliação da central. Portanto, este Congresso estava diante de um desafio: fazer avançar o processo de reorganização que vivem os movimentos sociais em nosso país ou retroceder, retornando a posições governistas defendidas pelos setores cutistas.

Felizmente, as resoluções do Congresso não deixaram dúvidas. A CUT foi, novamente, a grande derrotada. A primeira grande votação tratava da relação do Sepe com os governos Lula, Sérgio Cabral e César Maia. A aprovação por 68,2% dos votos da resolução que diz que a tarefa do Sepe é derrotar esses governos e suas políticas neoliberais, demonstrou que os setores cutistas estavam reduzidos a pouco mais de 30% dos votos do plenário.

A partir daí, a unidade entre a Conlutas e da Intersindical garantiu a vitória da categoria no Congresso. Na votação sobre a relação do sindicato com as alternativas que estão sendo construídas frente ao fracasso da CUT como referência para as lutas dos trabalhadores, os delegados definiram transferir para o próximo Congresso uma resolução de filiação a uma dessas alternativas, mas deixou claro o caminho a ser seguido, aprovando uma resolução, por ampla maioria, que defende como saída a unificação orgânica da Conlutas e da Intersindical numa mesma entidade.

A terceira grande votação foi muito polêmica, afinal tratava da relação do Sepe com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), entidade governista e filiada à CUT. Após um intenso debate a proposta de exigir que o CNTE rompa com a CUT foi aprovada por mais de 60% dos votos. Categoria ainda aprovou desfiliação do Sepe a CNTE, caso esta entidade não rompa com a CUT.

Educação
Os delegados rejeitaram por ampla maioria o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), projeto que concentra boa parte das políticas neoliberais de Lula e do Banco Mundial para a educação no Brasil, e a saída do Sepe do programa Pró-Funcionário, projeto de capacitação profissional, da parceria entre CNTE e governos, que excluiu a maioria dos funcionários administrativos.

Na avaliação de Vera Nepomuceno, coordenadora-geral do Sepe-RJ e militante do PSTU, o Congresso “foi extremamente positivo, pois foi um fórum que buscou armar politicamente a categoria para as suas lutas futuras”. Vera ainda avalia que o congresso “colocou o Sepe, mais uma vez, na vanguarda do processo de reorganização dos movimentos sociais brasileiros, derrotando os setores governistas”.

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