Realizou-se de 11 a 15 de abril, em Poços de Caldas-MG, o XXI CONFASUBRA, que teve a participação de 1076 delegados e delegadas vindos de todos os estados do BrasilFoi um evento bastante polarizado entre as posições do bloco de esquerda e a bancada governista. O ponto alto foi a votação da proposta apresentada pelos cutistas defendendo a refiliação da FASUBRA à CUT. Os governistas bem que tentaram mas, por maioria do plenário, os delegados e delegadas presentes ao XXI CONFASUBRA mantiveram a desfiliação da federação à CUT.

O companheiro Antonio Donizete da Silva, o Doni, da direção nacional da entidade e militante do PSTU, falou aos congressistas em defesa da manutenção da desfiliação: “Se no congresso passado defendemos a desfiliação dessa central chapa branca, porque apoiou a reforma da Previdência de 2003 e esteve ausente nas lutas dos servidores federais contra o governo Lula, agora nossas razões são ainda maiores. A CUT nada fez para apoiar a luta dos servidores federais contra a aprovação do FUNPRESP e a EBSERH. Ao contrário, os ex-dirigentes dessa central pelega, hoje parlamentares, votaram pela privatização da saúde e previdência do servidor federal. Ainda não derrotamos completamente o governismo em nossa federação, mas sua central entreguista, comprometida com o governo, os patrões e a burguesia, não passará em nosso congresso”.

De fato, após as defesas, a decisão foi de manter a federação bem longe da CUT, com 534 congressistas votando contra a refiliação e 489 a favor.

Na discussão sobre o plano de ação, foi aprovado um calendário de lutas (veja ao final da matéria).

CSP-CONLUTAS propõem unificação da esquerda
e sai fortalecida na direção da FASUBRA

Desde o início, os delegados e delegadas da CSP-CONLUTAS militaram pela construção de um pólo de oposição, unificando todas as forças de esquerda presentes no congresso para tentar derrotar o governismo. Um panfleto chamando a unidade foi apresentado para os congressistas propondo uma chapa unificada para a Direção Nacional.

A Frente Sindical BASE, composta por militantes da CSP-CONLUTAS, MES e Independentes, e o VAL (C-SOL, Intersindical e Independentes) tiveram acordo desde o início com essa unidade, porém, havia resistência nos outros setores: Unidos pra Lutar e PSLivre. No final, a chapa unitária só foi fechada porque essas dois setores foram muito pressionados por suas bases, que exigiram de suas direções que compusessem a unidade com as outras forças.

Foi uma vitória muito importante da política da CSP-CONLUTAS, que se expressou na construção do maior bloco do congresso, uma vez que o governismo se dividiu em três chapas; duas cutistas, CSD e Tribo, e uma da CTB. Apesar de, na soma dos cargos, as três chapas governistas terem maioria, ou seja, 13 cargos, contra 11 do Bloco de Esquerda, na Coordenação Geral, o bloco ficou com duas vagas, enquanto que os governistas ficaram com apenas uma.

Como a CSP-CONLUTAS era majoritária no BASE, e essa frente teve o direito de escolher a terceira vaga na Coordenação Geral, e foi eleito o companheiro Gibran, de Goiás, que também é militante do PSTU. Gibran sintetizou o resultado dessa forma: “Derrotamos o governismo na principal instância de direção da FASUBRA e nossa central vai ocupar uma posição de destaque. Isso comprova que nossa política de unidade com todas as forças de esquerda em uma única chapa estava acertada, vamos viver um novo patamar na disputa política da direção da FASUBRA, com melhores perspectivas na base da categoria”.

A companheira Ivanilda, também da CSP-CONLUTAS e militante do PSTU, eleita na direção para desenvolver o trabalho na Secretaria da Mulher Trabalhadora, afirmou que “o machismo infelizmente ainda é uma marca muito forte na Universidade Federal e a FASUBRA nunca conseguiu apresentar um projeto consequente para combatê-lo. Por isso, nossa marca nesta Secretaria será a construção desse projeto, no marco da luta de classes, pois a luta da mulher pela sua emancipação e contra a opressão machista se combina com a luta contra as políticas dos governos burgueses e contra o capitalismo”.

Por fim, o companheiro Marcelino, que deixa a direção da entidade, afirmou que “Em nossa gestão na Direção da FASUBRA encaramos um duro embate com as correntes da CUT e CTB e chamamos a categoria para lutar contra o governo. A greve do ano passado foi um exemplo disso. Os embates contra a burocracia, sobretudo a cutista, continuaram muito duros e a necessidade de aprofundar a organização dos técnicos administrativos para enfrentar o governo do mesmo modo. Porém, creio que os companheiros da CSP-CONLUTAS que assumem essa nova direção reúnem as condições e o comprometimento necessário para desenvolver a tarefa.

Calendário de lutas
25 de abril Organizar a participação dos trabalhadores das Universidades no Dia Nacional de Luta com paralisação dos servidores;

30 de abril Data limite para o governo responder à pauta de reivindicações do Fórum Nacional das Entidades dos SPF;

9 e 10 de maio Paralisação Nacional com os Eixos: Reajuste emergencial (com negociação das pautas protocoladas no MEC e MPOG), elevação do piso salarial e aumento do auxílio alimentação, racionalização, aposentados e Anexo IV;

17 de maio Envio de Caravanas a Brasília;

30 de maio Data limite para encerramento das negociações da pauta específica com o Governo Federal.