Os dois últimos dias do congresso da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra), 15 e 16 de maio, foram destinados à votação em plenário das propostas aprovadas nos Grupos de Trabalho (GTs), eleição e posse da nova diretoria da entidade. Infelizmente, após a votação da desfiliação da CUT, o setor majoritário na Mesa Diretora do Congresso não mais se preocupou com a garantia dos trabalhos e com a votação das resoluções dos GTs. Assim, a dispersão e ausência de sessões plenárias não permitiram a votação de um plano de ação para a categoria, nem uma posição da Fasubra frente à crise e as medidas do governo Lula.

Evidentemente, essa situação não aconteceu por desorganização. Ocorre que definida a desfiliação da CUT, os setores ligados a essa central simplesmente se recusaram a continuar com os trabalhos, temendo que as várias propostas sobre a crise e o movimento sindical também fossem aprovadas. Como medida alternativa, os diretores do VAL-Base conseguiram aprovar uma resolução na primeira reunião da nova diretoria, realizada imediatamente à posse, que garante o trabalho de sistematização das propostas dos GTs até o dia 30 de maio e a realização de uma Plenária Nacional no início de junho para votá-las.

Eleição para a Diretoria
Na tarde da sexta-feira, dia 15, iniciou-se o processo eleitoral para escolha da nova diretoria da Fasubra. Lamentavelmente, não houve possibilidade de uma aliança no campo da reorganização envolvendo os dois segmentos VAL e VAL-Base, apesar de todo o esforço feito pelos companheiros ligados à Conlutas. Por isso, foram apresentadas quatro chapas à eleição.

O resultado foi o seguinte: Chapa 1 – Em defesa da CUT (424 votos); Chapa 2 – Fasubra Classista e de Luta/CTB (117 votos); Chapa 3 – VAL/Base (227 votos), e Chapa 4 – VAL (186 votos). Os votos brancos foram oito, e os nulos, nove. Desta forma, a diretoria fica com a seguinte composição: Tribo/CSD/OT/Art, 11 diretores, sendo dois diretores-gerais; Intersindical cinco diretores; Conlutas/PSLivre seis diretores, sendo um diretor-geral (PSLivre) e CSC/CTB três diretores.

Antes de iniciar a solenidade de posse da nova diretoria, os setores não-cutistas exigiram a retirada da bandeira da CUT que ornamentava a parede atrás da mesa diretora do congresso, uma vez que os delegados haviam votado a ruptura com essa central. Os cutistas se recusaram a retirar a bandeira e um princípio de tumulto se iniciou. Porém, com a pressão das correntes não-cutistas, que ameaçavam não participar da solenidade, a bandeira foi retirada e a diretoria foi empossada.

O companheiro Rolando, eleito coordenador-geral pelo VAL-Base, em seu discurso de posse, sintetizou o resultado do congresso dessa forma: “Foi a vitória da base sobre uma estrutura cutista, pelega e a serviço do governo Lula. A Fasubra e os trabalhadores são os que saem ganhando”.

Abaixo-assinado
Quase 600 delegados e delegadas, presentes ao congresso assinaram o abaixo-assinado destinado ao Congresso Nacional e à Presidência da República exigindo medidas que protejam os trabalhadores dos efeitos da crise econômica.

Desde o primeiro dia, os militantes da Conlutas se esmeraram na tarefa de coletar as assinaturas, alcançando o apoio de 60 % dos congressistas. Além disso, várias delegações levaram folhas do abaixo-assinado para o trabalho de coleta em suas bases. Também foram distribuídos cartazes da campanha pela reestatização da Embraer e reintegração dos demitidos.