Redação

Atnágoras Lopes

No momento em fechávamos esta edição, já tinham sido realizadas mais de 600 assembleias de base que elegeram 1.700 delegados e delegadas ao 4º Congresso Nacional da CSP-Conlutas. As assembleias são momentos privilegiados para debater com os trabalhadores das diversas categorias a política da CSP-Conlutas e seu papel nas lutas, principalmente nesta conjuntura de tantos ataques à classe trabalhadora pelo governo de ultradireita de Jair Bolsonaro-Mourão.

O congresso ocorrerá entre os dias 3 e 6 de outubro em Vinhedo (SP). O evento vai atrair diversos setores que vão além das fileiras da central e que resistem aos ataques de Bolsonaro-Mourão contra a Previdência, aos direitos trabalhistas e às liberdades democráticas.

O governo quer transformar o país numa colônia dos Estados Unidos e impor um regime de ditadura e semiescravidão. Por isso promove a destruição da Amazônia, quer vender as estatais brasileiras como Petrobras, Correios e Eletrobrás e ataca as universidades públicas e a pesquisa cientifica no país. É por isso também que ameaça povos indígenas, quilombolas e camponeses e se alia a fazendeiros e jagunços do agronegócio para expulsá-los de suas terras e persegue LGBTs, promove o racismo, o machismo e a censura.

Está na hora de nos levantarmos contra tudo isso. O congresso da CSP-Conlutas vai reunir aqueles que estão resistindo aos ataques do governo e propor a unificação da classe trabalhadora para derrotar o projeto de recolonização e de ditadura do governo. Não dá para vacilar neste momento. É preciso impulsionar a unidade de todos estes setores para construir uma grande greve geral no país e uma nova sociedade socialista governada pelos trabalhadores.

ONDE OS LUTADORES SE ENCONTRAM
Quem vai ao congresso da CSP-Conlutas

Operários metalúrgicos e químicos de São Paulo, do Rio Grande Sul, bem como trabalhadores e trabalhadoras da indústria da mineração e operários da construção civil do Ceará, do Pará e de Roraima estarão firmes no congresso. Os petroleiros que estão em processo de luta contra a privatização da Petrobras terão uma delegação com mais de 50 pessoas. Também estarão presentes organizações de luta por emprego, como o SOS Emprego do Rio de Janeiro e de Sergipe.

Operários da Embraer que fizeram uma dura greve enfrentando a repressão da polícia Roosevelt Cassio/Sindmetalsjc

O movimento popular vai estar em peso. O Movimento População em Situação de Rua de Goiás já confirmou sua participação. O Luta Popular vai trazer seus ativistas e lideranças para debater e organizar a luta pelo direito à moradia no país.

Dezenas de entidades camponesas, dos estados de Sergipe, Ceará, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo também já realizaram suas assembleias e elegeram suas representações. A delegação camponesa pode passar dos 200 delegados. Além disso, mais de 100 delegados dos movimentos urbanos de luta por território e moradia também já elegeram seus representantes.

Delegações das populações indígenas Tremembé e Guarani, além da Coordenação de Quilombos de Sergipe e quilombolas representando outras comunidades originárias pelo país afora se juntarão. Tudo isso reafirma o compromisso da CSP-Conlutas em ser uma entidade que promova as lutas do movimento sindical e popular da classe trabalhadora.

A educação também participará. Dezenas de jovens estudantes, mais de 200 trabalhadoras e trabalhadores do ensino básico, vindos de quase todo o país, irão se somar aos cerca de 200 funcionários públicos federais, docentes das universidades e das esferas estaduais e municipais.

Mobilização de estudantes na UFSC

Em tempos em que Bolsonaro ataca mulheres, negros e LGBTs, o congresso não poderia deixar de contar com uma expressiva participação dos representantes de movimentos de lutas contra as opressões.

Reafirmando seu compromisso internacionalista, pois a classe trabalhadora é uma só em todo o planeta, o congresso vai contar com a presenta de uma delegação internacional de mais de 10 países

Publicado no Opinião Socialista 578

Programação do Congresso

Dia 3

5h – Reabertura do credenciamento

9h às 10h30 – Abertura oficial

10h30 às 11h30 – Leitura e aprovação do Regimento

11h30 às 13h – Apresentação de todas as contribuições

14h30 às 17h – Painel de conjuntura nacional e internacional

17h às 19h30 – Grupos de trabalho sobre conjuntura e plano de ação

Dia 4

9h às 10h30 – Saudação das delegações internacionais

10h30 às 13h – Plenária de deliberação sobre conjuntura e plano de ação

13h – Encerramento do credenciamento

14h30 às 17h30 – Grupo de Trabalho “Os desafios do movimento sindical e popular”

17h30 às 19h30 – Reuniões Setoriais

Dia 5

9h às 12h30 – Ato político “Indígenas e Quilombolas e a destruição do meio ambiente”

14h às 17h – Plenária de deliberação “Os desafios do movimento sindical e popular”

17h às 18h30 – Painel sobre a luta contra as opressões

Dia 6

10h às 12h30 – Apresentação dos relatórios dos setoriais – Estatuto

12h30 – Encerramento