CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Neste sábado (14), o plenário estava lotado por mais de 2.200 pessoas, entre delegados(as), observadores e convidados, para a primeira parte de votação de resoluções do 3° Congresso. O terceiro dia do encontro foi dedicado à votação das resoluções sobre a situação internacional e nacional e o Plano de Ação, que definiram o posicionamento e políticas da Central sobre os temas.

Dentre as mais de 100 resoluções apresentadas pelas entidades e grupos de delegados(as), as que receberam mais de 10% dos votos nos grupos de debate, realizados no dia de ontem, foram apresentadas ao plenário. Ao todo foram cerca de 30 defesas sobre os temas, garantindo um rico debate, que expressam a diversidade de opiniões e a democracia existentes na Central.

Resolução internacional
Na resolução internacional, os debates centraram na situação mundial desde a crise do capitalismo aberta em 2008, bem como em situações específicas de países como a Venezuela. Houve ainda resoluções sobre o Haiti, Angola e Catalunha, aprovadas por unanimidade.

A avaliação de que a crise do capitalismo iniciada em 2008 é profunda e que tem levado a uma ofensiva imperialista contra os povos e os direitos em todo o mundo foi geral. A polêmica girou principalmente sobre se há ou não uma onda reacionária e o avanço da direita no mundo ou basicamente o aumento da polarização social. A saída a ser apontada pelos trabalhadores também dividiu opiniões.

Ao final das apresentações das propostasa Resolução n° 3, assinada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, os sindicatos dos empregados no Comércio de Erechin e de Passo Fundo, entre outras entidades, foi aprovada pela maioria dos delegados e delegadas.

Em linhas gerais a resolução defende que o imperialismo aumentou a ofensiva desde a crise mundial para garantir a retomada de sua taxa de lucros, o que tem levado a brutais ataques à nossa classe em todo o mundo. Mas Herbert Claros, que apresentou a proposta, ressaltou que isso não significa uma “onda reacionária”, mas é o capitalismo em sua face “nua e crua” que, contudo, vem encontrando uma forte resistência dos trabalhadores em todo o mundo, o que explica a forte polarização social atual. Herbert também refutou a ideia de “golpes” contra os governos de conciliação de classe, como no Brasil. “Esses governos aplicaram a política do imperialismo”, disse.

“Nosso papel é lutar, acima de tudo com independência de classe. Nenhuma confiança nos governos ou nos patrões. E o papel da CSP-Conlutas é ser cada vez mais internacionalista para garantir a vitória das lutas dos trabalhadores”.

No ponto sobre a Venezuela, foi aprovada uma resolução que sintetizou as resoluções 11, 13 e 3 (avulsa) do caderno de propostas.

A resolução defende que a CSP-Conlutas se posicione contra o governo Nicolás Maduro, a direita organizada na MUD e o imperialismo, responsáveis pelos ataques e miséria impostos aos povo venezuelano. Que é preciso lutar pela construção de um campo independente dos trabalhadores e sua auto-organização contra a fome, o desemprego, a violência e pelas reivindicações do povo e soberania do país.

Resolução Nacional
A situação no Brasil concentrou grande parte dos debates e opiniões variadas existentes na Central. O caráter dos governos de Frente Popular (conciliação de classes) do PT, a queda da ex-presidente Dilma Rousseff, a situação da correlação de forças entre as classes no país e como avançar a luta dos trabalhadores para derrotar o governo Temer e suas reformas foram os principais temas que surgiram nas apresentações.

Assim como no ponto internacional, a avaliação de que a burguesia, para manter seus lucros em meio à crise mundial, tem buscado jogar a conta sobre os trabalhadores com brutais ataques aos direitos e às condições de vida, teve acordo geral nas apresentações.

Nos debates, as diferenças surgiram nas avaliações sobre a queda da ex-presidente Dilma, os efeitos dessa situação, a situação da correlação de forças entre a burguesia e os trabalhadores e como avançar na unidade para derrotar os ataques.

A proposta aprovada pela maioria no plenário foram as resoluções 19, 21, 27 e 4 avulso, apresentadas por dezenas de entidades filiadas à Central.

Segundo os textos, a situação no país é de forte polarização social, a exemplo do que acontece no mundo; que há disposição na classe trabalhadora para lutar e as fortes mobilizações ocorridas este ano, em que a CSP-Conlutas teve papel decisivo, são demonstração disso. Que o recuo das direções das maiores centrais sindicais na construção da Greve no dia 30 de junho jogou contra a luta dos trabalhadores e representam um obstáculo ao avanço das mobilizações. Buscar a unidade de ação para lutar, classista e independente, é a saída apontada nos textos, que repudiam alternativas reformistas e defendem que a CSP-Conlutas não participará de iniciativas que representam projetos de conciliação de classes e de apoio ao PT\Lula, como a plataforma de debate “VAMOS”.

Plano de Ação
]Ao longo das exposições dos delegados(as), a defesa da Greve Geral e da construção de um forte dia nacional de paralisações e greves no dia 10/11 foram feitas por todos, que entendem que fortalecer a unidade dos trabalhadores e todos os setores explorados é fundamental.

Foram aprovadas a resolução apresentada pela SEN (Secretaria Executiva Nacional) da CSP-Conlutas e as resoluções 36, 37 (com exclusão de alguns parágrafos) e 39, que definem que a tarefa imediata da Central no próximo período é impulsionar e fortalecer a construção do dia 10/11 – Dia Nacional de Paralisações e Greves, e lutar para recolocar na ordem do dia a realização de uma nova Greve Geral no país.

O calendário de lutas inclui ainda outras datas de mobilização como no dia 19/10 de luta em defesa da educação e 27/10, dia de luta em defesa do serviço público.

As diversas lutas em curso no país, que em grande parte estão representadas nas delegações presentes no 3º Congresso da Central, tem sido destaque nas intervenções desde o início do encontro. Foi aprovado que a próxima reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas discutirá essas lutas e campanhas de apoio.