O CNE debateu sobre centenas de temas. Desde educação e cultura até crise econômica e movimento estudantil, passando por saúde, drogas, reforma agrária, etc. Foi um congresso bastante rico do ponto de vista dos debates.

O saldo mais importante, entretanto, é a constituição de um programa, de um calendário de lutas e de um instrumento para organizar a mobilização dos estudantes. Neste sentido, foram aprovadas dezenas de resoluções que apresentam uma concepção alternativa de educação e universidade, apontando a necessidade de que a produção de conhecimento, o ensino e a extensão estejam voltados aos interesses dos trabalhadores e não a serviço do mercado.

Para concretizar e dar corpo à luta por esse modelo de universidade e educação, foi aprovada uma campanha para que a juventude e a educação não paguem pela crise econômica. Esse movimento irá exigir do governo Lula que não diminua o orçamento da educação, ao mesmo tempo em que denunciará os cortes e o financiamento público do ensino privado. Como parte dessa campanha, os estudantes vão exigir uma medida provisória que reduza e congele as mensalidades, e também a estatização das universidades privadas em crise. Será parte ainda a luta contra a reforma universitária do governo, materializada no Reuni, EnadeSinaes, ensino à distância, etc.

Para combater a crise com os trabalhadores, também foi aprovada uma campanha contra as demissões, pela estabilidade no emprego e pela reestatização das empresas privatizadas, como Embraer e Vale, e a luta pela Petrobras 100% estatal. Esses movimentos serão impulsionados a partir de uma série de ações organizadas em cada universidade e unificadas num calendário de lutas nacional (ver quadro abaixo).

Post author Leandro Soto, da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU
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