Foto: Divulgação / CUT

No dia 3 de dezembro, várias centrais sindicais movimentaram seus principais sindicatos para mobilizar trabalhadores, delegados sindicais e ativistas para um ato no centro de São Paulo. Ao chegar ao ato, os trabalhadores se depararam com o manifesto “Compromisso com o Desenvolvimento”. Lendo o manifesto, perceberam que não há uma única pauta que trata dos direitos dos trabalhadores e do combate à exploração.
 
A resposta a essa charada vem do palanque montado no ato, com empresários industriais e sindicalistas de centrais sindicais. O discurso é o da necessidade de unir capital e trabalho para encontrar uma saída para a crise política e econômica com esforço dos dois lados.
 
Toda a farsa desse discurso de união fica evidente quando Miguel Torres, da Força Sindical, e Luiz Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), defendem o Plano de Proteção ao Emprego (PPE) como uma medida positiva. Alguns trabalhadores veem o PPE como algo de fato positivo para evitar demissões.
 
Porém é importante dizer que os empresários não têm qualquer custo ou esforço para por em prática a medida. Pelo contrário, ampliam sua margem de lucro e, mesmo assim, preferem demitir. Os trabalhadores, que já estão com os salários achatados pela inflação, têm de abrir mão de parte de seu salário para tentar segurar o emprego.
 
Na verdade, o esforço de centrais sindicais como CUT e Força Sindical com esse pacto social entre capital e trabalho é uma traição aos interesses dos trabalhadores, pois são interesses opostos. O trabalhador quer buscar melhorias para sua qualidade de vida com mais benefícios, melhores salários e uma carga de trabalho menor. O empresário e as multinacionais querem aumentar seus lucros pagando menos ao trabalhador e aumentando o ritmo de trabalho com cada vez menos gente. Qualquer meio termo entre os dois resulta em perda apenas para o trabalhador.
 
Por que, diante da crise e da queda da atividade industrial, não se propõe reduzir a jornada sem redução salarial para que a produção existente seja dividida entre o quadro de funcionários do período anterior? Por que o esforço só parte do trabalhador para tentar segurar emprego? Porque, ao contrário do que disse Pastor Izza, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas (Abimaq), um dos setores que mais demitiu), a vocação do empresário não é gerar emprego e sim lucro para si próprio a partir da exploração.
 
Aos trabalhadores, resta lutar. Por isso, devemos cobrar nossos sindicatos para unificarem a luta contra os exploradores e contra o governo Dilma e os ratos do Congresso. Para convocarem uma greve geral para os trabalhadores mostrarem que não vão aceitar ataques. Precisamos construir uma nova lógica de organização da sociedade que não esteja baseada na exploração. Para isso, é necessária uma revolução que tenha os trabalhadores à frente, uma revolução socialista.
 
Fora Dilma, Aécio, Renan, Cunha e Temer! Eleições gerais já! Abaixo o pacto social! Construir a greve geral!