Os operários do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) pararam o canteiro de obra nesta terça-feira (6) novamente. Os trabalhadores são contra a demissão de mais de 2.500 funcionários dos Consórcios Jaragua e JeTAN, com agravante de não pagamento de direitos trabalhistas desses operários.   De acordo com uma das lideranças do Acorda Peão (movimento que surgiu da base e é independente do sindicato) cujo nome será preservado, a greve de hoje foi definida pelos trabalhadores e sem o apoio do Sinticom de Itaboraí e região.

Os trabalhadores pediram o nosso apoio. A gente procurou o sindicato que nada fez até o momento”, relata.   O operário denuncia que há pelo menos dois anos as empreiteiras atuam de maneira arbitrária no canteiro do Comperj, com demissões em massa e o não cumprimento de direitos trabalhistas.   Após a greve, o sindicato procurou os trabalhadores para realização de uma reunião hoje à tarde com os funcionários da Jaragua e JeTAN.   Caso não haja avanço nas negociações, “amanhã vamos parar novamente até que os direitos dos trabalhadores sejam pagos”, alerta o operário.  

Greves radicalizadas
No início do ano, os trabalhadores realizaram greves marcadas pela revolta contra a onda de ataques aos seus direitos.  Em uma dessas paralisações, dois trabalhadores foram baleados, em outra, o ‘caveirão’ foi acionado para reprimir os operários. “A revolta dos trabalhadores é de quem está no sol de mais de 50 graus, em condições insalubres. A gente vai continuar lutando. Enquanto os funcionários do Comperj estiverem sofrendo injustiças, nós vamos continuar parando os canteiros”, frisa o operário.