Companheiro Martinho durante atividade de campanha eleitoral

No dia 4 de novembro de 2010 faleceu o metroviário e militante do PSTU Martinho Domingos Valente Alberte. Por negligência da empresa de trens urbanos, os trabalhadores brasileiros perderam um dos seus. Martinho foi atropelado no pátio da empresa. A falta de iluminação na área, a falta de uniformes fosforescentes e a inexistência de plataformas para o trânsito seguro dos maquinistas na região de manobras do metrô tiveram como conseqüência a retirada de Martinho de nosso convívio. A total falta de preocupação com a vida dos trabalhadores e a insaciável busca por lucros fez tombar de maneira trágica o amigo que muito estimávamos.

A ganância da CBTU assassinou Martinho. O descaso com a vida dos trabalhadores é tão flagrante que sequer ambulância a empresa mantém na área de manobra dos trens.

Martinho foi morto por aqueles que querem ver os trabalhadores sempre submissos e controlados, mas seu exemplo de luta continuará vivo conosco por muito tempo.

Militante histórico
Martinho, incansável lutador, iniciou a militância ainda muito jovem. Com apenas 16 anos foi parte da luta contra o regime militar no Brasil. No final dos anos 70, na cidade de São Carlos, conhece e passa a integrar a corrente “Convergência Socialista”, que mais tarde viria a se unificar com outros grupos revolucionários dando origem ao PSTU.

Nos anos 80 e 90 Martinho lutou ao lado dos metalúrgicos de Minas Gerais. Teve papel importante no apoio à chapa de oposição ao Sindicato dos Metalúrgicos de BH e Contagem em 1984. A vitória da chapa tirou os pelegos do sindicato e o trouxe novamente para as mãos dos trabalhadores. Atuou também como assessor sindical dos metalúrgicos de Itaúna e como colaborador da Federação Sindical e Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais. Seja nestas organizações ou como metalúrgico de base, Martinho não deixou de lutar um dia sequer contra a exploração e opressão dos industriais mineiros sobre a classe trabalhadora.

Perseguido pela patronal, Martinho é demitido em 2000. Deixa de ser metalúrgico para tornar-se metroviário em 2002, ano em que entra como maquinista na CBTU. Começava ali um novo ciclo na vida militante de Martinho, que a partir de então colocaria sua alegria, dedicação e irreverência a serviço da luta dos metroviários brasileiros. É nesta categoria que Martinho ajuda a construir a Conlutas, uma ferramenta que busca unificar a luta dos trabalhadores contra a opressão dos patrões e seus governos. Em 2010 é eleito para a direção da Fenametro e compõe a chapa para o sindicato dos metroviários de BH, vindo a falecer dias antes da posse.

Companheiro Martinho, Presente!