Na campanha eleitoral de 2002, o PSTU polemizou com os que esperavam grandes mudanças no primeiro mandato de Lula. Afirmamos que o plano de FHC seria mantido no caso de vitória do PT e que Lula teria um governo ainda mais neoliberal.

Na época isso foi interpretado como um exagero ou como uma espécie de ofensa a Lula. Os fatos nos deram razão. As grandes mudanças não vieram, o plano neoliberal foi mantido em sua essência, o superávit fiscal foi maior e os lucros dos bancos bateram recordes. Não se tratava de um exagero. Apontamos as tendências da realidade a partir da evolução das classes sociais e da economia capitalista.
Hoje, como já dissemos, não existem esperanças de grandes mudanças nas massas. Esperam conservar as pequenas conquistas do crescimento econômico e talvez conseguir algumas coisinhas a mais. Além disso, acreditam que após todos os escândalos de corrupção, Lula e o PT “aprendam” e evitem novas crises políticas semelhantes.

Queremos dizer aos trabalhadores e à juventude que nem ao menos essas pequenas esperanças serão satisfeitas. O segundo mandato de Lula (assim como seria se Alckmin tivesse sido eleito) será de ataques violentos aos direitos adquiridos dos trabalhadores, como nunca se viu no país. Existirão novas e muitas crises políticas, que não serão evitadas com a maioria alcançada pelo governo nestas eleições.

A verdadeira agenda de Lula, longe dos holofotes da campanha, inclui duas reformas neoliberais duríssimas contra os direitos dos trabalhadores: a trabalhista e a previdenciária.

Além disso, já está no horizonte uma nova crise econômica internacional. A economia dos EUA cresceu no terceiro trimestre de 2006 apenas 1,6% (menor taxa desde 2003), sinalizando uma crise em um futuro próximo. Como a economia brasileira está completamente atrelada à mundial, o segundo mandato será marcado não pelo crescimento econômico, mas pela crise, como no último de FHC.

Assim, seja pela crise econômica, seja pelas reformas neoliberais, os trabalhadores não vão manter o que conquistaram. Terão que lutar muito para defender seus direitos.

Junto a isso, prevemos mais e maiores crises políticas do que no primeiro mandato.
No que toca à corrupção, se trata da previsão mais fácil. O aliado preferencial do segundo mandato será o PMDB. A ala governista desse partido, aparentemente, agora conseguirá ser maioria. O PMDB esteve em todos os governos desde o fim da ditadura e se envolveu em todos os escândalos de corrupção. Com o PT “absolvido” pelas urnas e o PMDB como principal aliado, Lula terá seu segundo mandato marcado por novas denúncias de corrupção e crises.

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