A comissão entregará uma nota de apoio à luta dos franceses contra a reforma da previdência proposta pelo governo daquele país e exigindo também o fim da repressão as mobilizaçõesNesse dia 21, uma comissão representada pela central sindical CSP-Conlutas, ANEL (Assembleia Nacional de estudantes LIVRE), ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) e outras entidades irá a Embaixada da França, em Brasília, para entregar uma nota prestando apoio às greves e manifestações realizadas pelos trabalhadores e estudantes franceses e exigindo o fim da repressão a essas lutas. O povo francês vem realizando mobilizações desde setembro contra a reforma da previdência proposta pelo governo de Nicolas Sarkozy, que entre outras medidas, aumenta de 60 para 62 anos a idade para a aposentadoria.

De acordo com o membro da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, Dirceu Travesso, essas entidades defendem a luta dos franceses e do povo europeu por entenderem que os ataques aos direitos dos trabalhadores são globais. “É a maneira como os governos encontraram para amenizar a crise econômica, fazendo com que os trabalhadores paguem a conta”, comenta.

Ainda segundo o dirigente, a iniciativa deve-se também ao fato de que, independentemente de quem ganhe as eleições presidenciais, Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB), os dois já sinalizaram que farão reformas que na prática retirarão direitos dos trabalhadores brasileiros. Uma das reformas será a da previdência. “A vitória da luta dos franceses fortalece a luta que teremos de enfrentar no Brasil em futuro breve”, completa Travesso.

Ato em defesa do ANDES-SN
A comissão que nesta tarde irá à Embaixada da França faz parte de uma delegação maior que está participando de um ato nacional no MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), em Brasília, nesta manhã, em defesa do ANDES-SN e da liberdade sindical. Apesar de decisão judicial favorável à oficialização do Andes-SN no ano passado, o governo Lula pretende retirar a representatividade da entidade por meio do MTE que vem autorizando a constituição sindicatos locais de docentes sem vinculação a sua entidade nacional.

Depois do ato no Ministério do Trabalho, as entidades seguem rumo ao Ministério da Educação para protocolar uma carta em resposta ao recente manifesto dos reitores de universidades defendendo os projetos educacionais do Governo Federal. Em protesto, os estudantes mostrarão que a realidade é bastante diferente da colocada pelos reitores. Entre os exemplos abordam a situação pela qual hoje passam os estudantes da UNIFESP fruto da precarização trazida pelo decreto do governo Lula, o REUNI. Também estarão presentes estudantes da UnB (Universidade de Brasília) que denunciarão o recredenciamento da Finatec, fundação privada responsável pelos escândalos de corrupção que culminaram na derrubada do Reitor da Instituição.