Milhares de trabalhadores da construção civil de Belém deflagraram, no último dia 3, a greve contra a ganância e os ataques dos empresários do setor. A proposta do SINDUSCON (Sindicato da patronal) de reajuste salarial, rejeitada pelos operários e pelo sindicato dos trabalhadores da construção civil (da CSP-Conlutas), é de míseros 5%, abaixo da inflação do período que foi de cerca de 6%. A proposta mais parece uma piada de mau gosto, pois hoje o salário de um servente está em R$ 680,00 e o do profissional (pedreiro, ferreiro, carpinteiro) em R$ 900,00. Além dessa proposta de reajuste, os patrões também querem proibir o sindicato de ter acesso aos canteiros de obra para organizar a luta cotidiana contra o atraso no pagamento, a comida estragada, a água quente, o assédio moral, as péssimas condições de trabalho e o desrespeito à convenção coletiva e às normas de segurança no trabalho.

A resposta do sindicato e dos trabalhadores foi categórica: ou os patrões atendem às reivindicações da categoria ou a produção continuará paralisada por tempo indeterminado. A pauta dos operários é justa e legítima. Estamos reivindicando que o piso do profissional passe para R$ 1.120,00 e o do servente para R$ 780,00, dentro da média dos salários dos trabalhadores do setor a nível nacional. Além disso, estamos lutando por aumento na PLR, direito a delegado sindical de base por empresa e uma pauta específica para as mulheres operárias que inclui o direito à classificação (plano de carreira), reserva de vagas e licença maternidade de seis meses sem isenção fiscal.

Nossa pauta pode ser plenamente atendida, pois Belém está entre as quatro capitais com o metro quadrado mais caros do país. O custo unitário básico de produção de 1 metro quadrado está em torno de R$ 900,00 e o metro quadrado está sendo vendido em média pelas construtoras no valor de R$ 3.000. Os exorbitantes lucros dos empresários se dão às custas da brutal exploração dos operários do setor e da especulação imobiliária, que impede a maioria da população ter acesso à moradia.

Em resposta à tentativa de criminalização da greve por parte do governo, da polícia, da justiça e da mídia burguesa, nossa luta conta com a solidariedade de vários movimentos sociais, sindicatos, entidades estudantis e outras categorias em luta na cidade. Além da greve dos servidores federais, solidários à nossa luta, categorias importantes como bancários, trabalhadores do correios e professores da Universidade do Estado do Pará também estão em plena campanha salarial e preparando suas greves que estão se inspirando com a nossa luta.

Outro apoio importante vem do PSTU. A militância do partido está com todas as suas forças construindo e apoiando a nossa greve desde as 5 horas da manhã, dos piquetes de greve até o encerramento das atividades pelo turno da tarde. O Opinião Socialista, a campanha de filiações ao partido e o cadastramento de operários apoiadores à candidatura de Cleber Rabelo a vereador estão a todo o vapor nas atividades da greve dos operários, cuja receptividade é excelente.

A possibilidade dos operários da construção de elegerem seu primeiro vereador em Belém anima a luta, pois o entendimento coletivo é de que não basta lutar por salário e por melhores condições de trabalho. É preciso que os operários se organizem e lutem para governar a prefeitura contra os interesses da burguesia, colocando a produção de riquezas e os serviços públicos para atender as necessidades sociais em detrimento do lucro de uma minoria. É a serviço da vitória dessa greve e da construção do partido das lutas e do socialismo, que a campanha Cleber e o PSTU se colocam à disposição. Vamos derrotar o patrão na luta e na eleição!

Post author William Mota, de Belém (PA)
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